terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Pensamento 05

05- O homem pensa demais em um processo tão natural como a vida. A vida é um ciclo simples. É apenas existência.

sábado, 13 de dezembro de 2014

Pensamento 04

04- A sujeira interior de alguém é a mesma que a sua sujeira exterior: não existe limpeza plena, mas sim, apenas menos sujeira.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Pensamento 03

A lei do menor esforço é uma das razões que leva o ser humano a cometer o mal. Pois, para chegar ao seu objetivo o mais rápido possível, ele não hesita em pisar em qualquer coisa e/ou qualquer ser vivo que lhe sirva de obstáculo, sempre em busca de facilidades.



03- Sabe por que eu não acredito mais nas pessoas? Quanto mais elas precisam subir escadas, mais preferem andar de elevadores e escadas rolantes.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Pensamento 02

Este não é um pensamento contra a amizade. Trata-se, somente, de uma constatação a respeito do nosso verdadeiro eu, de quem vamos nos aproximando a medida que deixamos de lado determinadas influências.



02- Se deixei de ser eu mesmo por algum tempo foi quando tive amigos. Nada que te torne mais autêntico do que a solidão, pois, em estado de solitude, não há ninguém para te julgar, nem para te servir de modelo.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Pensamento 01

A partir de agora, passarei a postar os pensamentos que publiquei em "Sobretudo". Aquela foi a única oportunidade na qual me atrevi a escrever esse tipo de texto, já que nunca mais me surgiu nada assim.



01- Se você sempre olhar o mundo detrás de óculos escuros ele sempre lhe parecerá cinzento.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

10- Rabiscando (08/06/2010)

Eu nunca uso a borracha.
Será que não percebo meus erros
Ou simplesmente não erro?

***

A vida é um caderno
Onde só se escreve à caneta.
Não há como apagar os erros
que cometemos ao escrever
a nossa história –
Mesmo que você risque suas falhas
para que ninguém as veja,
a feiura do rabisco
sempre as denunciará.



(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 89.)

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

09- Adaptação (12/03/2010)

Num dia
A vida dá golpes –
E tudo parece sem gosto.
No outro,
A vida dá flores –
E diz-se adeus ao desgosto.

Assim, as coisas se mostram
Pintadas de cores diferentes.
Constância não há neste mundo,
Nem certezas –
Somente surpresas.


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 88.)

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

08- Relevância (11/03/2010)

O quadro negro não diz mais
Do que o quadro branco.
Porém, o quadro em branco
É mais inteligente
Do que o quadro escrito.

O quadro em branco revela
Que tudo e estudo são em vão.
Pois, aquilo que é preciso,
Aquilo de que preciso,
Está impresso na existência.


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 87.)

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

07- Sambando a torto e a direito (03/03/2010)

O sol, então, raiou lá fora
O tempo de ser feliz é agora
A vida sorriu pra mim e pra ela
Sorriu também pro povo da favela

A gente faz festa até no lixão
Ignora a sujeira do chão
E o cheiro dos restos do pão

O novo dia não tarda a nascer
Um bom momento pra renascer
Virada é o jeito de convencer
Jogando para sempre vencer

O zero é o início da corrida
Quem dá primeiro a partida?
Quem acha logo a saída?

O ano que vem de novo vai chegar
Coitado de quem nele não entrar
Sonhando com a paz na andança
Dançando com a própria esperança

A música já vai acabar
Tenha prudência no bar
Ponha respeito no ar


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 86.)


Esse poema se chama "Sambando a torto e a direito" porque ele realmente me surgiu como um samba. E, como eu não desenvolvi suficientemente o meu lado musical de modo a conseguir musicá-lo, adicionei o texto ao livro.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

05- Sobre pulgas, elefantes e idiotice (04/01/2010)

O mundo pode ser sonho,
devaneio ou ilusão.
Afinal, o que existe
só existe para alguém
enquanto esse alguém existe
(ou pensa existir...).

Sei lá!
Esse tipo de raciocínio
alimenta a síndrome do pânico.

***

É bem provável que o verde que eu vejo
seja o vermelho que você vê.
Eu só sei que o meu verde me mostra
que eu me preocupo demais
com pulgas que parecem elefantes...


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 84.)

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

04- Entretanto (30/12/2009)

Entre a faca no peito
E o beijo no rosto.
Entre o tal desespero
E mesmo o fim do desgosto.
Entre o respeito de fato
E o assassinato do ser.
Entre a força do ato
E a dor de sofrer.

Viver entretanto,
Entre tudo viver.


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 83.)

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

03- Metrônomo (07/12/2009)

A torneira pingando
É o metrônomo
Da indiferença.

O coração batendo
É o metrônomo
Da existência.

O trovão furioso
É o metrônomo
Da fraqueza.

O fim de tudo
É o exato término
Da verde música.


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p.82.)

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

02- Números & Letras (25/11/2009)

Quando se tem
Possibilidades inumeráveis
Não se sabe se 60,
Não se sabe o que 70.
Desse modo,
Não se sabe o que se é:
IMPOTENTE ou IMPONENTE.

Então, caro amigo, tente
E seja imponente consigo mesmo.
Pois, quem muito 60
Acaba impotente,
Sem conseguir levantar.


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 81.)

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

01- Quando chove (05/11/2009)

Os próximos poemas foram publicados no livro "Sobretudo" (2010) na seção "Poemas anexos"*, que receberam esse nome por eu tê-los escrito depois de a obra estar finalizada, enquanto aguardava alguns detalhes burocráticos ficarem prontos. Todos têm a data de produção, prática que continuei adotando no "Entretanto" (2013), pois isso agradou ao meu pequeno público.



Quando chove
Todas as canções soam tristes,
Pois as notas choram
A falta de sorrisos.
(Bem! Pelo menos o meu...)

Eu não gosto de chuva!
Acho que dançar na chuva
É algo impossível para mim.
(Assim como dançar no seco...)

Talvez eu não tenha o impulso necessário;
Talvez eu não saiba seguir os passos;
Talvez eu não possa me libertar;
Mas talvez eu não precise socializar emoções.



(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 80.)



* São 10 textos ao todo, mas ainda não sei se postarei todos aqui no blog.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Poema poeirento

A Monalisa sorri
no infinito.
Jane Austen escreve
um livro invisível.
Raul Seixas compõe
o nosso silêncio.
Karloff interpreta
seu papel mais temido.

É o resto de tudo,
É a soma de nada.

São as perguntas
sem resposta,
a pequeneza
humana

emana o drama...


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 77.)

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Amigos

Eu tenho amigos de festa
E amigos de futebol.
Uns por convenção,
Outros por esporte.
Porém, só faço questão
Dos amigos de caminhada,
Que não estão por convenção,
Nem por esporte;
Mas por companheirismo.

Já fiz companhia para muita gente.
No entanto, poucos desses me fizeram,
Algum dia,
Qualquer companhia.


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 75.)

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Você aprende depois que começa

A vida não dá
Tapinhas nas costas,
Nem diz "Olá!"
Para ninguém.

Deus não dá
Tapinhas nas costas,
Nem diz "Filhão!"
Para ninguém.

Na vida persiste
Quem dá as cartas.
E Deus só assiste
Quem tira as farpas.

Não há muito tempo
Pra ver como funciona.
Quanto mais se observa,
Menos se participa.

E você acaba ficando de fora...



(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 74.)

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Diagnóstico

Eu tenho pressa!
Não sei identificar
Se isso é um defeito
Ou se é uma qualidade.
Mas sei que eu gostaria
De ter menos pressa...
E ter mais tempo.

***

Há muita coisa para se fazer neste mundo.
E
Há muita coisa que eu gostaria de fazer neste mundo!
No entanto,
Não tenho tempo -
Apesar de ter pressa.

Solução para isso não existe.
Creio que morrerei angustiado,
Insatisfeito,
Sem ter estado por inteiro...

***

Estou ausente neste mundo.
Parece que vivo num sonho.
Só, por favor...
Não me façam acordar muito logo!


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 73.)

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Resultado do 1º Concurso de Resenhas

Aqui estão os textos vencedores do 1º Concurso de Resenhas da E.M.E.F. Luiz Badalotti, de Erechim-RS. Na ocasião, participaram alunos do 9º ano da escola, que produziram resenhas sobre a obra "Entretanto", de minha autoria.



1º lugar:

O livro “Entretanto”, de Guilherme Mossini Mendel, contém quarenta poemas direcionados a adultos, com uma linguagem mais complexa, por serem palavras um tanto desconhecidas no nosso cotidiano; e, também, contém dez poemas de literatura infantil, com uma linguagem que chama a atenção dos pequenos, por sua musicalidade. Além disso, ambas as categorias contam com poemas curtos em extensão e claros em seu significado.
Um livro que é escrito buscando atender a pessoas de todas as faixas etárias, alcançando  todas as classes de vida dos indivíduos, sejam elas financeiras ou sociais. Por isso, digo que gostei da obra, dos seus textos que nos fazem, de alguma forma, pensar na realidade e no mundo em que vivemos.

(Anderson Lazzarotto – Turma 82)

2º lugar:

“Entretanto” é um livro de poemas pequenos, mas têm histórias fantásticas, que falam sobre nosso cotidiano, com títulos meio malucos. Os textos são para todas as idades: crianças, adolescentes e idosos.
Identifiquei-me muito com o poema “Ainda sou uma criança”, pois quem não tem uma criança dentro de si? Uns escondem, outros não.  E é muito bom ser criança e ver as coisas com uma certa inocência!
Eu não gostava de poesia até ler esses poemas. Às vezes temos uma surpresa com um livro. E foi o que aconteceu quando li essa obra. Ela não é extensa. Acho até que foi isso o que me chamou mais a atenção, uma vez que, com poucos poemas, o leitor consegue obter uma visão de tudo o que acontece ao nosso redor, e que, às vezes, não percebe.
As rimas são simples, mas muito boas (ótimas, na verdade). Quando li o título, não o achei muito interessante. Contudo, com o passar das páginas, ele foi se esclarecendo na minha mente e, no final, pensei que o mesmo foi muito bem pensado.
“Entretanto” tem cinquenta poemas, sendo que dez, dentre eles, são infantis. Todavia, não os achei adequados apenas às crianças, e sim a todas as idades.

(Jéssica Kanigoski – Turma 81)


A obra “Entretanto”, de Guilherme Mossini Mendel, é dividida em duas partes: a primeira com quarenta poemas e a segunda com dez. Na mais extensa o autor fala sobre coisas que ocorrem no nosso cotidiano e a restante é composta por poemas infantis.
Os primeiros quarenta textos tratam dos amores da vida, da internet, de animais e de muitas outras coisas boas para que o leitor possa conferir. Os outros discorrem sobre assuntos interessantes ao universo infantil.
O livro, na minha opinião, é muito bom. Gostei bastante do fato de que há uma parte endereçada às crianças. Enfim, para quem quiser ler, eu aconselho “Entretanto”.

(Igor Daniel Dall Agnol – Turma 81)

3º lugar:

O livro “Entretanto”, de Guilherme Mossini Mendel, trata de textos poéticos para adultos e crianças.
Nos textos, o autor expressa fatos que ocorrem na realidade. Por exemplo, o poema “Samba triste ao porvir” é bem real na vida das pessoas, porque, atualmente, elas se arrependem de não ter vivido parte de suas vidas, ou melhor, de não terem feito algumas coisas, colocando a culpa na existência, como diz parte do texto (“Acho que a vida está cada vez pior”). Outro poema que me chamou a atenção é “Ainda sou uma criança”, pois há muitos indivíduos que se consideram adultos, mas que, na verdade, não passam de crianças que têm responsabilidades de adultos.
Por fim, os leitores que gostariam de sentir melhor a realidade deveriam ler essa obra, pois notariam a importância que certas coisas têm e a falta que elas fazem. Pode ser que, dessa forma, eles se dariam em conta do quanto precisaríamos mudar.

- Guilherme Mossini Mendel é um poeta de Erechim/RS.

(Taiani Ferreira da Silva – Turma 82)

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Ser o quê?

Às vezes é complicado
ser um humano.
O melhor seria
ser um animal.

Mas também é complicado 
ser um animal
num mundo controlado
por seres humanos.

Pensando bem,
neste mundo
seria melhor
não ser.


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 72)


Esse poema é extremamente depressivo, mas eu o adoro.

Fi-lo (que estranho) durante aqueles momentos em que fico refletindo a respeito das besteiras e crueldades que o ser humano comete - principalmente, nesse caso, com os animais.

Na maioria das ocasiões, encontro muito mais humanidade no meu cachorro do que no meu vizinho. E isso me dá uma vergonha imensa de ter nascido como um ser humano. Por outro lado, encarnar como um animal (conforme muitas crenças discorrem) seria sofrer as torturas impostas pelo homem sem poder se manifestar.

Então, em meio a essas divagações, não soube mais o que seria melhor. O melhor, na realidade, seria não ter de pensar nesse tipo de coisa.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Sobre procuras e encontros

Eu não me acho!
Se me achasse
Não seria poeta,
Nem espectador.

Quem muito se encontra
Não tem o que perguntar...
Não tem o que desvendar...
Não tem o que transformar...

E acaba cru no meio!


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 70.)

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Lúdico

A cobra cobra
Pelo fim da picada
O cobre cobre
Seu símbolo despudorado

A loucura cura
Toda angústia sem volta
O vencedor vence
Toda dor de tentar


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 69.)

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Posição de Exposição

Lá seguia
O quase-belo,
Entrecortando
A paisagem reinante,
Onde seres-padrão
Aportavam, apontavam...
Com sua imagem
Em segurança,
Abrigados na moda
Daquele instante.

Lá continuava
O quase-belo,
Entrecortando
A paisagem reinante,
Onde homens-bala
Sem direção
Bloqueavam o caminho
E ditavam a lei,
Embebidos em
Certezas comuns.

Lá seguia
O quase-belo...
Lá se ia
O quase-belo.


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 67.)

sábado, 12 de julho de 2014

O sentido

Acordo e te vejo ao meu lado –
Agora sim é que eu desperto para a vida.
Foi tanto tempo sem poder sorrir por dentro...
Mas hoje sei o que é a tal felicidade.

Você é completa e assim me completa.
Você é perfeita neste amor perfeito.
Nós fomos feitos para um mundo mais doce,
Sempre sonhando, querendo que fosse...

Nosso destino é salvar um ao outro
Desta estrada que nos guia ao fim,
Transformando-a numa trilha de flores,
Que nos permita caminhar sem temor.


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 66.)


Esse é mais um poema dedicado à minha namorada.

***

Como vocês puderam constatar, hoje modifiquei o nome, a descrição e o endereço do blog. Na realidade eu já deveria ter feito isso antes, mas nunca encontrava algo apropriado. Então, apenas fui sincero, descrevendo o que escrevo aqui: desabafos e declarações de amor. Espero que aprovem esse novo nome, que, pelo menos, não terei vergonha de pronunciar, como o anterior.

sábado, 5 de julho de 2014

Muito estudo para pouca sabedoria

A ciência é paranoica
E contra a vida.
Faz experiências,
Mas proíbe o experimentar.

Quanto mais previne
Os males do corpo,
Mais provoca
Os males da mente.
E...
Quanto mais provoca
Os males da mente,
Menos previne
Os males do corpo.

Assim, segue o ser humano,
Repleto de crenças,
Medos e esperanças,
Regrado e tecnificado
Com
Religião e ciência,
Saúde e doença,
Alegria e tristeza,
Rumos e rédeas...


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 65.)

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Dias de saudade

I

Noctívaga,
Quando já éramos um,
Partiram-nos em dois,
Transformando nossas noites de lua
Em dias desertos e perdidos.
Agora, persisto errante a vagar,
Esperando pelos momentos
Em que nos uniremos outra vez...

Para formar o amor pleno –
Incompreendido pelos mortais,
Mas presente na natureza,
Gerando a essência da vida.

II

Noctívaga,
Quisemos morar na noite,
Entre corujas e morcegos,
Onde todos têm medo de tudo.
Porém, nos trouxeram para a claridade,
No seio onde tudo funciona (e impulsiona)
E nada para (para nada),
No meio de engrenagens circulares,
Onde o amor e a paixão não mais existem.

No entanto, resistamos a tudo e a todos,
Suportando até o primordial marco
Em que as correntes umbilicais
Não mais nos enforquem.


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 60-61.)


Dentre os poucos poemas românticos que escrevi, considero esse o melhor. 



Dedicado à minha namorada.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

O desafio do tempo

Os segundos sem você pesam como horas.
As horas contigo voam como segundos.
Driblar o tempo é o nosso maior desafio.
E o desafio do tempo é nos separar.

A paixão não combina com a rotina:
A correria do dia acaba com o carinho no dia.
A vida, então, pinta de cinza nossos pulsares rubros,
Enquanto o amor tinge de vermelho essa vida sem cor.


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. EdiFAPES, 2010. p. 57.)


À minha muito amada namorada...

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Sobre pinturas, máscaras e medos

O palhaço só é palhaço
Quando se pinta.
As meninas também.


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 55.)

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Físico

Ansioso eu a olho.
Observo a profundidade de seu 1,60m.
Imagino o prazer em desfrutar de seu calor.

Então, penetro-a com jeito,
Para que tudo ocorra perfeitamente.
Começo o exercício; sinto-me vivo.

Entrego-me à minha paixão.
Assim, dou sentido à existência.
Sou nadador e adoro piscinas térmicas.


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 54.)

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Não se desfaça de si mesmo!

A vida é dura
Até quando ela durar.
O fim nos espera,
Mas não espere para vê-lo!

Se a solidão o acompanha
Você não está tão só.
Se sua alegria se desfez...
Não se desfaça de si mesmo!


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 53.)


Decidi postar esse poema porque ele é um dos meus poucos textos motivacionais...

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Poema Problema

Poema
Problema

Seria o poema
Um problema
Hoje?

E amanhã...
Será que os problemas
Se tornarão poemas?
Ou será que os poemas continuarão a ser um problema?

***

Problemas matemáticos são lógicos!
E é lógico que os problemas são do homem!

Isso é bem típico do poema, não é?


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 52.)

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Pulsando em banda larga

Eu amo demais a Ana Byte!
Depois de cinco anos conversando pela internet,
Finalmente hoje nós iremos nos encontrar.

A Ana Byte conhece todos
Os meus segredos,
A minha rotina,
Os meus amigos,
O quanto eu gosto dela.

***

Ei, espere aí!
No local combinado apareceu
Uma tal de Ana Clara.
Eu não conheço essa pessoa!
E ainda tem esses olhos...
Essa não é a Ana Byte!
Nos meus sonhos ela era diferente...

(Caiu a conexão...)


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 51.)


O poema "Pulsando em banda larga" fala sobre a vulnerabilidade das paixões virtuais. No universo da internet, as pessoas entram em contato, passam a conversar diariamente e a alimentar sentimentos que consideram concretos. Contudo, quando encontram-se cara a cara, na vida real, fora da fantasia eletrônica, percebem que os indivíduos de carne e osso são mais complexos do que aqueles personagens que surgem por trás das telas.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

A paixão que não rima

Abel e Isabel rimavam,
Mas não formaram um par.
Ficaram alternados entre
Muriel e Ariel,
Com quem casavam perfeitamente.

Então, eis a estrofe:
Muriel
E Abel;
Ariel
E Isabel:

Pares sem mel,
Ligados pelo anel.


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 50.)

sexta-feira, 25 de abril de 2014

O fazer poético

Existem duas formas
de se fazer poesia:
a forma esculpida
e a forma escarrada.

A forma esculpida
é aquela em que o poeta
molda as palavras
de modo a produzir
um texto bonitinho.

A forma escarrada
é aquela em que o poeta
é pego por uma ânsia,
de mexer com quem lê
suas incontidas ideias.


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 47.)


No texto "O fazer poético" pretendi comentar a respeito dos diversos modos de se escrever um poema. Há aqueles oriundos da inspiração e os nascidos do nada, da tentativa de se produzir um texto em versos. Confesso que, no começo da carreira, empolgado com a ideia de escrever poesia, construí alguns poemas forçados, a partir do zero, só pela vontade de fazer número. E esses foram os meus maiores erros, pois os meus melhores títulos sempre foram aqueles que surgiram em momentos de inspiração.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Floricultura

A bromélia morreu.
E, junto com ela,
A minha paixão por Margarida.

Joguei a rosa fora,
Mas fiquei com os espinhos.


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 46.)


O poema "Floricultura" é um dos meus favoritos. Elaborado com poucos versos, esse texto permite diversas interpretações, de acordo com a capacidade e os conhecimentos de cada leitor.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

A lamentável busca de Fulano pela plenitude...

A Vida só reservava para Fulano
caminhos bloqueados, ruas
sem fim, linhas ocupadas...
Enfim, corações acomodados.

Assim, ele ia seguindo, não sei
se em frente, sempre sozinho...

Mas, quanto mais passos dava,
mais o tempo passava...
E, desse modo, a vida de Fulano:
era uma eterna busca
que não resultava em ouro;
era uma eterna caminhada
que não levava a lugar algum;
era uma série de tentativas
com fracassados investimentos...

Por isso, não era um homem
pleno. Sentia-se vazio, frustrado,
cansado, sem nada a perder...


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 45.)

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Ante

Atacante é aquele
Que ataca.

Importante é aquele
Que importa.

Mas...

Amante é aquele
Que ama?

Ignorante é aquele
Que ignora?

Ou...

Amante é aquele
Que é amado,
E ignorante é aquele
Que é ignorado?

Talvez os dois,
Talvez nenhum...


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 43.)

Um Sancho Sem Pança

Eu estava voltando do supermercado, repleto de guloseimas. Passei por um miserável da pior espécie. Há duas formas de se ser um miserável: você pode ser uma péssima pessoa ou pode estar bem abaixo da linha da pobreza. E o senhor que avistei era do tipo que não tinha nem um centavo nos bolsos, o que é realmente terrível para ele (e para a humanidade). Atrás desse homem, que puxava um enorme carrinho de recicláveis, vinha o seu fiel escudeiro, um surrado cão manquitolante.

Então, lembrei-me da Nina, a minha adorável cachorrinha mimada, a qual agrado o máximo possível (dentro das minhas parcas possibilidades). Ela, irracional que é, provavelmente não tem conhecimento sobre as racionais diferenças criadas pelo sábio ser humano, que se acha o dono do mundo por ter a capacidade de falar e de cometer maldades.

sexta-feira, 28 de março de 2014

Aprendendo a viver

Eu nunca esqueci dos conselhos do meu pai
Quando ele me ensinava sobre as coisas do mundo:

- Procure manter o equilíbrio para seguir em frente.
- Nade contra a correnteza se você estiver sendo levado.

Assim, eu aprendi a andar de bicicleta,
A nadar e a tomar cuidado com estranhos.


(MENDEL, G.M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 42)

sexta-feira, 21 de março de 2014

Hino Animado

Baseado no Hino Nacional Brasileiro, escrito por Joaquim Osório Duque Estrada

Ó, amada, idolatrada,
Um sonho intenso brilhou
No céu da liberdade neste instante:
Consegui te conquistar com braço forte!

Se em teu formoso solo está garrida,
Vejo nos teus risonhos e lindos seios
Mais amores! (Menos dores!)

Mas tu, cheia de amor e de esperança,
Desafias o nosso peito à própria morte.
Pois, tu não achas que alguém
Esteja à tua altura, fulgura minha!

Porém, não teme quem te adora
A própria morte!
Porque...
És bela, és forte, impávida e colossal.
Nos teus traços tem mais vida
E na tua tez muito mais cores...


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 40.)

sexta-feira, 14 de março de 2014

Retratos quebrados

O rapaz tinha ido a um bazar comprar um presente para sua avó, que estava de aniversário. Ele não ganhava muito no seu emprego modesto, mas queria encontrar algo de que a querida aniversariante iria gostar. Achou dois belos baleiros de vidro: um deles, bem mais ornado, custava R$ 20,00; o outro, mais simples, valia a metade do preço do primeiro. Como estava bastante apertado, decidiu-se pelo segundo, embora tivesse uma vontade imensa de ter dado o mais bonito a sua avó.

Então, no momento em que iria pegar o mais bem embalado dos baleiros mais baratos, acabou derrubando um outro exemplar deste mesmo tipo, que estava ao lado. Assustado, encaminhou-se ao caixa do estabelecimento e comprometeu-se a pagar pelo prejuízo. No momento do pagamento, entregou o objeto de R$ 10,00, juntamente com uma nota de R$ 20,00.

Já na rua, extremamente chateado, começou a pensar que aquele dinheiro a mais seria suficiente para pagar alguma distraçãozinha no fim de semana, como sorvetes e pastéis para ele e sua namorada. Além disso, e o pior de tudo, teria sido o bastante para comprar o baleiro mais caro, justamente o que ele queria.

Porém, lembrou-se de uma senhora rica que havia derrubado um copo de vidro em um supermercado. Na ocasião, a mulher apenas foi embora, como se nada tivesse acontecido, sem mostrar qualquer ressentimento. Comparando as duas situações, o rapaz refletiu que não se sentiria bem fazendo o mesmo, que isso não era uma atitude digna de sua pessoa. Assim, descobriu um orgulho que nunca tivera pela sua honestidade, pelo seu caráter, entendendo a mensagem que lhe foi mandada.

Por isso, recordou: "Deus escreve certo por linhas tortas". 

Principiante

Me convidaram a bailar,
Mas eu não danço
Conforme a música!

Se eu fosse vinho
Seria um tinto-pulsante
Seco-azedo.

Me convidaram a bailar,
Mas eu não consigo
Ignorar medos e mágoas!

Se eu fosse vinho
Seria um tinto-pulsante
Seco-azedo.

Me convidaram a bailar,
Mas eu sempre tive
Uma certa arritmia!

Se eu fosse vinho
Seria um tinto-pulsante
Seco-azedo.

Isso se eu fosse vinho!
Mas eu sou azeite,
E não preciso dos efeitos do álcool.


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 39.)


Este é mais um poema sobre a minha timidez, a minha preferência pela reclusão e o meu desconforto diante de atividades que, para a maioria das pessoas, são extremamente normais e agradáveis, como a dança.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Galvão e suas azas

Galvão queria voar,
Pois estava cheio de ficar preso aos limites da terra.

Um dia, de tanta vontade pulsando dentro dele,
Surgiram asas nas costas do rapaz.
Então, Galvão subiu aos céus...

No entanto, depois de voar durante dias,
Percebeu que estava ficando profundamente só.
Ninguém além dele podia chegar àquela altitude.

Porém, sabia que não poderia fazer nada,
Porque suas asas não paravam mais de bater.

Desde então, Galvão continua voando,
À procura de alguém que, no mínimo, esteja no topo de uma montanha,
E que, dessa forma, possa lhe fazer companhia.


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 38.)

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Bullying

Vai brincando...
Vai brincando...
Vai brincando...

Vai sofrendo...
Vai sofrendo...
Vai sofrendo...

dor!
Dor!
DOR!

trauma!
Trauma!
TRAUMA!

isolamento.
Isolamento.
ISOLAMENTO.

Rótulo aplicado no sangue;
Desconforto interminável;
Existência inadequada;
Consequências irreversíveis.


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 37.)


Este poema, com certeza, retrata muito bem o que sente uma pessoa que sofre (ou já sofreu) de bullying. Infelizmente, estou em condições de dizer esse "com certeza", porque tenho conhecimento de causa.

Para quem ficou meio perdido com esse comentário, basta ler este relato: 
http://restolholiterario.blogspot.com.br/2011/05/o-bullying-e-eu.html

Obrigado pela atenção!

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Sobre o azar

Todos os dias, um cão passava fome. Olhava para um homem e este lhe dava um coice. Olhava para uma mulher e esta lhe expulsava a gritos. Fugia de carros e de bicicletas. Ninguém lhe dava atenção. Também, como ele poderia pedir comida, se não sabia comunicar sua fome? E, ultimamente, nem do lixo deixavam pegar! A sorte vinha quando chovia... Pelo menos, nesses dias, ele podia beber das poças.

***

Todos os dias, um homem passava fome. Pedia para um homem e este lhe dava um pão dormido. Pedia a uma mulher e esta lhe dava uns trocados. Desviava de carros e de bicicletas, embriagado de álcool e dor. Sentado num banco da praça, comia do pão. Com os trocados que havia arrecadado, conseguia um pouco de droga, para esquecer do azar que lhe perseguia.

***

Na praça, o cão encontra um homem desacordado num banco. Ao lado do homem, um pequeno pedaço de pão. Sorrateiramente, o cão pega o pão e corre. E, assim, sobrevive, driblando, travesso, a maldade do homem.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Iguarias

O passado tem gosto de docinho de coco.
O presente tem gosto de noz.
O futuro tem gosto de bem-casados.

A vida tem cor de morango
E cheira a perfume de baunilha –
Café e chocolate amargos,
Atiçando a doçura dos prazeres.


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 36.)

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

De corpo e alma

Para que você consiga dançar
Não é seu corpo que deve estar flexível,
E sim, o seu âmago.

Para que você consiga apaixonar
Não é seu corpo que deve estar em forma,
E sim, o seu âmago.

Para que você consiga ser feliz
Não é seu corpo que deve estar sorrindo,
E sim, o seu âmago.


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 35.)

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Sobre cores, meninas e medos

A menina mudou a cor do seu cabelo.
E, juntamente com os seus tons originais,
Ela perdeu a sua autenticidade.

Agora já não era mais um fracasso.
Tornou-se mais uma...
Mais uma daquelas com as quais
Os rapazes querem ficar.

Então, estava pronta para conquistar o mundo,
Pois tinha certeza de que o mundo queria conquistá-la.

Por isso, quis apenas que a vida a levasse,
E, desse modo,
A menina foi levada.


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 34)


O poema "Sobre cores, meninas e medos" fala a respeito das mulheres que buscam adequar-se à estética da moda e, assim, acabam com a sua verdadeira natureza. 

Na minha opinião, esse é um dos meus melhores textos.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Tarja Preta

Ela sempre fala coisas sem sentido,
Mas para ele é tudo poesia.

O responsável por isso
É aquele encanto pulsante dentro dele,
Cujo poder transforma beleza feminina em fome e anseio,
Simpatia banal em sinal de pureza,
Simples olhares em enormes figuras hipnóticas.

Por isso teme
Que talvez,
Mais uma vez,
Esteja sendo enganado
Por ele mesmo –
Aquele ser cego e bobo
No qual se torna
Em meio às mulheres.


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 33.)

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Deus Jr.

Se Deus resolvesse
Ter outro filho hoje,
O guri que nascesse,
O caçula Dele,
O protegido de Jesus,
Teria que cobrar,
Através de palestras,
Pelos seus ensinamentos.

Além disso,
Para formar seu grupinho,
Escolhendo seus apóstolos,
Teria que cobrar inscrição,
Através duma taxinha,
E também avaliar,
Por meio de um concurso,
Todos os concorrentes.

Hoje tudo é muito técnico,
Muito caro e seletivo.
E até o Deus Jr.
Precisaria provar sua competência.


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 32.)


Hoje não estou com cabeça para comentar poemas...

Só devo dizer, acredito eu, que o texto acima não tem nada a ver com religião nem com ofensas a Deus e/ou Jesus.

É isso. Obrigado pela atenção.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Aprenda!

Os mudos são mais humildes.
Os surdos têm mais cumplicidade.
Os cegos discriminam muito menos.

E...

Os humildes são mais mudos.
Os cúmplices são mais surdos.
Os discriminadores são mais cegos.


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 31.)