I
Noctívaga,
Quando já éramos um,
Partiram-nos em dois,
Transformando nossas noites de lua
Em dias desertos e perdidos.
Agora, persisto errante a vagar,
Esperando pelos momentos
Em que nos uniremos outra vez...
Para formar o amor pleno –
Incompreendido pelos mortais,
Mas presente na natureza,
Gerando a essência da vida.
II
Noctívaga,
Quisemos morar na noite,
Entre corujas e morcegos,
Onde todos têm medo de tudo.
Porém, nos trouxeram para a claridade,
No seio onde tudo funciona (e impulsiona)
E nada para (para nada),
No meio de engrenagens circulares,
Onde o amor e a paixão não mais existem.
No entanto, resistamos a tudo e a todos,
Suportando até o primordial marco
Em que as correntes umbilicais
Não mais nos enforquem.
(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 60-61.)
Dentre os poucos poemas românticos que escrevi, considero esse o melhor.
Dedicado à minha namorada.
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