Todos os dias, um cão passava fome. Olhava para um homem e este lhe
dava um coice. Olhava para uma mulher e esta lhe expulsava a gritos.
Fugia de carros e de bicicletas. Ninguém lhe dava atenção. Também,
como ele poderia pedir comida, se não sabia comunicar sua fome? E,
ultimamente, nem do lixo deixavam pegar! A sorte vinha quando
chovia... Pelo menos, nesses dias, ele podia beber das poças.
***
Todos os dias, um homem passava fome. Pedia para um homem e este lhe
dava um pão dormido. Pedia a uma mulher e esta lhe dava uns
trocados. Desviava de carros e de bicicletas, embriagado de álcool e
dor. Sentado num banco da praça, comia do pão. Com os trocados que
havia arrecadado, conseguia um pouco de droga, para esquecer do azar
que lhe perseguia.
***
Na praça, o cão encontra um homem desacordado num banco. Ao lado
do homem, um pequeno pedaço de pão. Sorrateiramente, o cão pega o
pão e corre. E, assim, sobrevive, driblando, travesso, a maldade do
homem.
Coração de ouro.. Tenho muito orgulho de você! Beijo! Te amo muito!! * Edi *
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