Eu estava voltando do supermercado, repleto de guloseimas. Passei por um miserável da pior espécie. Há duas formas de se ser um miserável: você pode ser uma péssima pessoa ou pode estar bem abaixo da linha da pobreza. E o senhor que avistei era do tipo que não tinha nem um centavo nos bolsos, o que é realmente terrível para ele (e para a humanidade). Atrás desse homem, que puxava um enorme carrinho de recicláveis, vinha o seu fiel escudeiro, um surrado cão manquitolante.
Então, lembrei-me da Nina, a minha adorável cachorrinha mimada, a qual agrado o máximo possível (dentro das minhas parcas possibilidades). Ela, irracional que é, provavelmente não tem conhecimento sobre as racionais diferenças criadas pelo sábio ser humano, que se acha o dono do mundo por ter a capacidade de falar e de cometer maldades.
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