A previsão era de tempestade com raios. E foi o que aconteceu.
Assim, em uma tarde chuvosa de segunda-feira, eu lia sobre o Gre-Nal 398 no Zero Hora e o meu cachorro, ao lado da moderna TV desligada, entediava-se em sua caminha. Fiquei comovido diante da tristeza dele, mas eu realmente estava com muita vontade de ler os comentários a respeito do jogo. Então, solucionando o "problema", sentei no chão, em frente ao bichinho, deitando o jornal sobre o tapete. E, para ser menos insensível, enquanto virava as páginas com a mão direita, adulava o animal com a esquerda.
Contudo, o cãozinho, dando-me um legítimo tapa de luva, levantou-se, abocanhou o esquecido ossinho que eu havia lhe comprado, estirou-se em cima da enorme publicação aberta e me lançou AQUELE OLHAR CONVIDATIVO. Gargalhei espontaneamente, considerando-me um idiota imprestável, diante da visão mais maravilhosa do mundo. Eu havia apenas ignorado Deus.
Sensacional! Lendo este pequeno conto posso imaginar objetivamente a cena e sentir o que você (e a Nina) viveram nesse instante que quebrou nossa medíocre existência racional, com a velocidade de uma lambida na cara. Parabéns...
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