Algo ainda me mantém em pé
Não sei até quando
Não compreendo a razão
Algo ainda me mantém em pé
Não sei a razão
Não compreendo até quando
Algo ainda me mantém... até quando?
Não compreendo a razão
Cortaram meus pés
Porque algo ainda me mantém razoável
Por ser tão compreensivo
Pela falta de pés
Os pés? Atiraram na minha testa
Para ver se eu caía
Pela falta de razão
No entanto... ainda não compreendo!
Como tudo pode ser tão razoável
Se não tem pé nem cabeça?
MENDEL, G. M. Humano expresso. Erechim-RS: EdiFAPES, 2007.
"Inconseqüência conseqüente" é o meu poema favorito do primeiro livro. Até hoje eu sou fascinado por ele, e acredito que isso se deva ao fato de ele retratar muito bem aquilo que busco em meus textos: ousadia, insanidade questionadora, dizer de maneira criativa aquilo que se quer dizer e, o mais importante de tudo, simplicidade.
Aprecio enormemente os escritores que conseguem criar textos fantásticos por meio de uma escrita simples e suave, porém emocionante e significativa - assim como o Quintana e o Neruda faziam. Na minha modesta opinião e preferência, esses dois são alguns dos que representam o que é a poesia de verdade. Mas claro, isso "na minha modesta opinião e preferência" - sem querer desmerecer outras opiniões e preferências.
***
Certa feita, quando eu era um pouco mais jovem e muito mais besta - e tinha acabado de publicar o "Humano Expresso", postei - todo confiante - esse poema numa comunidade de poesia do Orkut. Nossa! Visitava constantemente a postagem para ver se alguém tinha comentado algo a respeito. Então, numa oportunidade, descobri que um monte de gente havia comentado - o que me deixou extremamente animado e emocionado. Mas, no momento em que comecei a ler o que haviam escrito, me enxerguei como sendo o pior lixo do mundo. Senti vontade de morrer, de acabar com os exemplares restantes da obra, bem como de nunca ter inventado essa história de publicar os meus pobres e podres rascunhos.
Não sei até quando
Não compreendo a razão
Algo ainda me mantém em pé
Não sei a razão
Não compreendo até quando
Algo ainda me mantém... até quando?
Não compreendo a razão
Cortaram meus pés
Porque algo ainda me mantém razoável
Por ser tão compreensivo
Pela falta de pés
Os pés? Atiraram na minha testa
Para ver se eu caía
Pela falta de razão
No entanto... ainda não compreendo!
Como tudo pode ser tão razoável
Se não tem pé nem cabeça?
MENDEL, G. M. Humano expresso. Erechim-RS: EdiFAPES, 2007.
"Inconseqüência conseqüente" é o meu poema favorito do primeiro livro. Até hoje eu sou fascinado por ele, e acredito que isso se deva ao fato de ele retratar muito bem aquilo que busco em meus textos: ousadia, insanidade questionadora, dizer de maneira criativa aquilo que se quer dizer e, o mais importante de tudo, simplicidade.
Aprecio enormemente os escritores que conseguem criar textos fantásticos por meio de uma escrita simples e suave, porém emocionante e significativa - assim como o Quintana e o Neruda faziam. Na minha modesta opinião e preferência, esses dois são alguns dos que representam o que é a poesia de verdade. Mas claro, isso "na minha modesta opinião e preferência" - sem querer desmerecer outras opiniões e preferências.
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Certa feita, quando eu era um pouco mais jovem e muito mais besta - e tinha acabado de publicar o "Humano Expresso", postei - todo confiante - esse poema numa comunidade de poesia do Orkut. Nossa! Visitava constantemente a postagem para ver se alguém tinha comentado algo a respeito. Então, numa oportunidade, descobri que um monte de gente havia comentado - o que me deixou extremamente animado e emocionado. Mas, no momento em que comecei a ler o que haviam escrito, me enxerguei como sendo o pior lixo do mundo. Senti vontade de morrer, de acabar com os exemplares restantes da obra, bem como de nunca ter inventado essa história de publicar os meus pobres e podres rascunhos.
Os comentários eram todos bastante negativos, ridicularizando gigantescamente o texto. Contudo, descobri uma crítica positiva no meio de todas aquelas agressões. Era de uma moça do Rio de Janeiro. Comecei a "conversar" seguidamente com ela e criamos laços de amizade (limitados aos muros da internet). Depois de algum tempo, a guria, que também cursava Letras, mostrou-se uma excelente poetisa (cujos textos me enchem de admiração até hoje), tornou-se uma grande incentivadora dos meus escritos e, por conta disso, mereceu ter seu nome inserido na lista dos agradecimentos de meu mais novo livro, o "Sobretudo". (Mas, infelizmente, não pude dizer isso a ela, tendo em vista que perdi contato com ela ao cancelar a minha conta no Orkut - o que é um fato lamentável, uma vez que eu gostaria de acompanhar os avanços em sua carreira.)
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