segunda-feira, 17 de maio de 2010

Devaneio

Onde mais encontrarei
O que antes procurei
Em alguém que já não sei
Se existe ou eu criei?

No passado eu aprendi
O pensamento construí
Acredito no que vi
Pois você ainda sorri

Procuro então rimar agora
Explicação, deixo p’ra outra hora
Se hoje ainda um padre ora
Preciso, pois, ir embora

Já irei sem devaneio
Já criei algum receio
Em comer pão de centeio
Ou um normal, mas pelo meio


MENDEL, G. M. Humano expresso. Erechim-RS: EdiFAPES, 2007.


Conforme o “Dicionário da Língua Portuguesa” da Editora Avenida (2002), o significado de devaneio é: “de.va.nei.o sm 1 Ato de devanear. 2 Imaginação, fantasia, sonho.” E foi isso o que me levou a colocar tal título nesse poema - não a descrição publicada na obra citada acima, mas o que essa palavra representa para mim.

A primeira estrofe, como vocês podem ver, traz um contexto embebido em esquizofrenia, uma das doenças que mais me intriga. Para quem não sabe do que se trata a moléstia, esta é a definição que o já referido dicionário apresenta: “es.qui.zo.fre.ni.a sf Med Doença mental em que o doente perde o contato com a realidade e vive num mundo imaginário.”

A segunda, situada na mesma situação, prova que o eu-lírico não estava louco. Realmente aconteceu algo entre ele e alguém, tendo em vista que a pessoa, quando o vê, sorri, dum sorriso que só os dois entendem.

Revelando isso, o eu-lírico desconversa, puxando um outro tema, complexo, e parte para a última parte do texto, que denuncia a falta de intensidade do cuidado, da prudência, da precaução.

É basicamente isso...

Até a próxima!

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