segunda-feira, 10 de maio de 2010

As portas das janelas

Abram as portas
Para todas as janelas
Para que andem pelo mundo
Que nos fizeram enxergar
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Abram as portas
Para todas as janelas
Para que dancem conosco
A dança do medo
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Abram as portas
Para todas as janelas
Para que trilhem um caminho
Sem avisar onde estão
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Abram as portas
Para todas as janelas
Para que elas fujam
Deixando os cegos no exílio
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Abram as portas
Para todas as janelas
Para que encontrem um amor
Que ilumine o nosso quarto
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MENDEL, G.M. Humano expresso. Erechim-RS: EdiFAPES, 2007.
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"As portas das janelas" foi um dos poemas de que eu mais gostei. Tenho apenas um certo problema com o título: nunca o achei o mais adequado, só que também não encontrei algum melhor.
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Esse texto me veio enquanto eu observava a rua através da janela do meu quarto. Provavelmente estava com a cabeça em turbilhão, como sempre. Acredito nisso por causa das ideias que expressei nas estrofes:
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1ª "Para que andem pelo mundo que nos fizeram enxergar" = O mundo que as janelas nos denunciaram não é tão bonito assim. Não é aquele olhar para fora e encontrar beleza, alegria, tranquilidade; mas feiura, tristeza, correria.
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2ª "Para que dancem conosco a dança do medo" = Ali fora há sim a dança do medo. Basta observar qualquer pessoa, correndo, com atenção extrema, preocupada, de cabeça cheia.
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3ª "Para que trilhem um caminho sem avisar onde estão" = Esse trecho é um pouco mais alegre, pois expressa simplesmente o sentimento de liberdade, do caminhar despreocupado e errante.
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4ª "Para que elas fujam, deixando os cegos no exílio" = Quem são os cegos no exílio? Por que são cegos? Onde é o exílio?
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5ª "Para que encontrem um amor que ilumine o nosso quarto" = Que bonito, não é mesmo? E também bastante significativo...
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É basicamente isso, pessoal. Espero que tenham gostado da postagem. Até a próxima oportunidade...

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