sexta-feira, 1 de setembro de 2023

Dicas de filmes - Parte 15

01- "Prisioneiro do Passado" (Dark Passage), dirigido por Delmer Daves (1947);


- Filme que conta com o protagonismo de Humphrey Bogart, "Prisioneiro do Passado" é capaz de surpreender ainda hoje, tanto por sua narrativa surpreendente do primeiro ao último minuto, quanto pela maneira como é filmado, em câmera subjetiva, na maior parte das cenas. Nele, Vincent Parry, condenado por matar a esposa, foge da prisão e tenta provar a sua inocência. Para isso, contará com a ajuda, ou não, de desconhecidos.


02- "O Grande Golpe" (The Killing), dirigido por Stanley Kubrick (1956);


- "O Grande Golpe" é simplesmente fantástico! Pérola do mestre Stanley Kubrick, responsável por "O Iluminado", "Laranja Mecânica", "2001 - Uma Odisseia no Espaço", trata a respeito de um golpe muito bem planejado que teve um desfecho tragicômico.


03- "O Corcunda de Notre Dame" (The Hunchback of Notre Dame), dirigido por William Dieterle (1939);


- Tendo assistido a várias adaptações cinematográficas feitas para essa marcante história escrita por Victor Hugo, ouso dizer que a acima mencionada é a melhor delas, tendo em vista que apresenta atuações sublimes e um roteiro capaz de causar as mais diversas e intensas emoções. Impecável e imperdível!


04- "O Enviado do Mal" (Still/Born), dirigido por Brandon Christensen (2017);


- Esse filme de terror não é nada badalado nem muito elogiado! Contudo, gostei demais da maneira como é feito, do seu terror psicológico (ou real?), dos sustos pontuais que causa, das atuações no ponto e até mesmo da parte técnica. Uma produção bem feita, que homenageia vários clássicos do gênero.


05- "Os melhores anos de nossas vidas" (The best years of our lives), dirigido por William Wyler (1946).


- "Os melhores anos de nossas vidas" é capaz de amolecer qualquer coração de pedra! Lançado no pós-guerra, conta a história de três veteranos que voltam para as suas respectivas famílias com as mais diversas sequelas, sejam elas físicas, emocionais e/ou psicológicas. Sendo assim, depois de tanto tempo distantes, precisam (re)conhecer os seus familiares e se (re)adaptarem às suas antigas/novas vidas.

quinta-feira, 20 de julho de 2023

Dicas de filmes - Parte 14

01- "Felicidade de Mentira" (The Bride Wore Red), dirigido por Dorothy Arzner (1937);


- Dirigido por Dorothy Arzner, mulher pioneira no cinema, e estrelado pela maravilhosa Joan Crawford, "Felicidade de Mentira" é um filme que questiona indiretamente o modo pelo qual a sociedade enxerga ricos e pobres. Além disso, alude às pessoas que vivem de manter aparências e ao fato de nem sempre a riqueza significar felicidade. Em suma, trata-se de uma obra que redefine as ideias de felicidade, riqueza, luxo, liberdade. 


02- "O Canal" (The Canal), dirigido por Ivan Kavanagh (2014);


- "O Canal" é um filme irlandês de terror psicológico muito envolvente, cuja produção lembra os clássicos do gênero e diverte demais quem é fã desse tipo de obra cinematográfica. O roteiro gira em torno de uma família (casal jovem e filho pequeno) que mora em uma casa bem antiga, sobre a qual descobrem a existência de um passado sangrento.


03- "Jane Eyre" (Jane Eyre), dirigido por Robert Stevenson (1943);


- Contando com Joan Fontaine, Orson Welles, Agnes Moorehead e Elizabeth Taylor no elenco, esta adaptação do romance escrito por Charlotte Brontë é maravilhosa! O filme narra a triste história de Jane Eyre desde criança, uma personagem fascinante que desperta a empatia do espectador.


04- "Inimigo público" (The Public Enemy), dirigido por William A. Wellman (1931);


- "Inimigo público" é um filme policial fantástico, brilhantemente estrelado por James Cagney, que soa quase como uma preparação para outra inesquecível produção cinematográfica, "Laranja Mecầnica" (1971), protagonizado por Malcolm McDowell.


05- "À beira do abismo" (The Big Sleep), dirigido por Howard Hawks (1946).


- Estrelado pelo casal Humphrey Bogart e Lauren Bacall, "À beira do abismo" é uma adaptação cinematográfica de "O sono eterno" (1939), livro de Raymond Chandler que apresenta o detetive particular Philip Marlowe aos leitores. A produção é impecável e o andamento do roteiro é muito envolvente, sem mencionar a presença fundamental de Bogart dando vida a um personagem marcante da Literatura.

sábado, 29 de abril de 2023

Dicas de filmes - Parte 13

01- "A dama enjaulada" (Lady in a cage), dirigido por Walter Grauman (1964);

- "A dama enjaulada" é um filme que eu já gostaria de ter visto há muito tempo! Neste ano, finalmente, surgiu a oportunidade. E ele não me decepcionou. Nele, Olivia de Havilland, uma das maiores atrizes da história do cinema, fica presa em um elevador instalado em sua casa. A situação dá abertura para os mais diversos abusos cometidos pelos demais "seres humanos". A produção é dos anos 60, mas fala sobre uma sociedade que pode ser observada hoje mesmo, na sua vizinhança.

02- "O Show de Truman - O Show da Vida" (The Truman Show), dirigido por Peter Weir (1998);

- "O Show de Truman" é um filme do final dos anos 90 que está cada vez mais moderno. Ele trata sobre as câmeras que nos vigiam diariamente, nos lugares mais insuspeitos, e a respeito da nossa sufocante e emergente sociedade do espetáculo. Esse título ficou conhecido, na época, por proporcionar o primeiro papel dramático para o astro em ascensão Jim Carrey.

03- "Gonzaga - De pai pra filho", dirigido por Breno Silveira (2012);

- Essa joia do cinema nacional conta a história de dois dos maiores artistas que o Brasil já teve: Luiz Gonzaga e Gonzaguinha. O filme é muito fidedigno e fiel ao livro que o inspira. É, em suma, um exemplo para os demais cineastas brazucas.

04- "O último chá do General Yen" (The bitter tea of General Yen), dirigido por Frank Capra (1933);

- Brilhante como qualquer filme de Capra, mas sem aquele oportuno otimismo que ele sempre inseria, essa produção possui inúmeras camadas de interpretação, envolvendo, sobretudo, política internacional, missões humanitárias e diferenças culturais.

05- "O dirigível Hindenburg" (The Hindenburg), dirigido por Robert Wise (1975).

- Centrado na tragédia envolvendo o notável dirigível alemão Hindenburg ocorrida em 1937, essa produção dirigida por Robert Wise surpreenderá eternamente. Muito bem feita, com um roteiro atraente e efeitos especiais belíssimos, a obra cinematográfica em questão dá uma aula sobre essa linguagem.

O professor tem de ser perfeito!

O professor tem de ser perfeito! O professor não pode errar. O professor não pode ser humano. O professor não pode esbravejar. O professor não pode ser antipático. O professor tem de ser perfeito – quase um robô sem inteligência artificial.

O professor tem de ser perfeito! O professor tem de ser o exemplo – mesmo que ninguém queira seguir esse exemplo. É o que esperam do professor. O professor avalia uma pequena parcela da sociedade dentro da sala de aula. A sociedade inteira avalia o professor fora da sala de aula. O professor tem de ser perfeito – em qualquer ocasião!

A sociedade pode abusar (do espaço) do professor. A sociedade pode tirar a paz do professor. A sociedade pode agir como se estivesse na Idade da Pedra. O professor tem de ser perfeito – quase uma Mary Poppins que surge para consertar quem não deseja sê-lo.

O professor é o protagonista de um reality show visto 24 horas por dia, observado mesmo onde não há câmeras de monitoramento. O professor sempre é estudado – até por quem não gosta de estudar. O professor deve sempre ser gentil, sempre ser simpático, sempre ser receptivo – até com quem ele detesta (embora “detestar” não deva ser um sentimento do professor). O professor tem de ser perfeito – em meio a uma sociedade cada vez mais imperfeita.

O professor deve tolerar – mesmo que faça parte de uma sociedade intolerante. O professor deve perdoar – mesmo que faça parte de uma sociedade vingativa. O professor deve ser perfeito, tripulante de um OVNI chamado Educação, cada vez mais incompreendido, cada vez mais distante desta vida terrena. O professor deve ser perfeito – mesmo que ele esteja em ruínas.

Mas… o professor é apenas um profissional. O professor ajuda a desenvolver habilidades e competências dentro das escolas, somente. Fora das escolas, ou dentro delas, o professor é vulnerável, o professor é falível. Fora do local de trabalho, o professor é um cidadão, que tem seus direitos, como qualquer um; seus deveres, como qualquer um; que tem de cumprir as leis, como ninguém – embora o professor cumpra um pouco mais, já que ele é o professor, o exemplo, o burro de carga da moralidade.

sábado, 25 de março de 2023

Dê uma chance à poesia!

Neste mundo tão ligeiro, de necessidades momentâneas e sentimentos tão confusos, a poesia deveria ser uma ferramenta para que o ser humano tivesse pitadas cotidianas de arte e cultura, e conseguisse colocar seus anseios e pensamentos em ordem. Pois os poemas normalmente são leituras breves que mexem com o nosso ser e o nosso viver. Não entendo o porquê de os poemas não estarem mais tanto na vida das pessoas. Talvez por conta de um afastamento dos poetas e poetisas em relação ao público, ocorrido nas últimas décadas, assim que começaram a arriscar a elaboração de poemas mais experimentais, testando todas as possibilidades poéticas permitidas pelas diferentes linguagens artísticas. Isso é válido e lindo. Contudo, o povo quer aquilo que pode entender e, de preferência, algo que faça sentido na vida dele. Então, se o artista se afasta demais do cidadão comum, almejando ser um sucesso de crítica, provavelmente não será um sucesso de público. E a arte faz muito mais sentido e se mostra realmente necessária quando é experimentada  pela maior quantidade possível de indivíduos. Do contrário, as obras artísticas apenas existem, sem contribuir de forma incisiva para a mudança da realidade.

Mas, retornando ao tópico proposto, a leitura de poemas é fundamental e benéfica a qualquer ser humano. E, como dizia Mario Quintana, o bom poema é aquele que faz mais sentido para o leitor do que para o autor, pois é o momento em que o poeta realmente atinge o seu objetivo de tocar os demais corações. Garanto que cada indivíduo é capaz de encontrar escondido em algum livro de poesia um poema que parece que foi escrito especificamente para ele.

Creio, também, que a escrita de poemas seja uma das melhores alternativas de terapia existentes, pois o poeta, ou pretenso poeta, pode depositar no papel tudo aquilo que pensa e sente, que o agrada ou que o incomoda, de modo a se (re)descobrir e a se (re)organizar. E, aos poucos, aquilo que de início era feito de forma amadora, pode vir a se tornar uma atividade profissional, quanto mais o escritor se dedicar ao ofício e buscar melhorar os seus textos. É por isso que sempre incentivo estudantes que gostariam de escrever poemas (ou que eu sinto que têm aptidão para isso) a simplesmente se expressarem no papel e irem lapidando aquilo que traçam.

Ficam aqui, então, para encerrar, algumas dicas: para ler poemas, como afirmava a minha saudosa professora de docência e de poesia, Vera Beatriz Sass, tente ficar plenamente sereno, livre-se de todos os seus julgamentos e preconceitos e perceba tudo aquilo que puder naquelas poucas palavras que tanto significam; e, para escrever poemas, mergulhe na profundidade do seu ser e escreva, sem receio, tudo aquilo que você pensa e sente, organizando posteriormente as angústias libertadas, que antes estavam aprisionadas em seu âmago.