quinta-feira, 28 de novembro de 2024

"Um rato", de Guilherme Mossini Mendel


 

"Trânsito", de Guilherme Mossini Mendel


 

"Sobre eletrônicos e cadeiras elétricas", de Guilherme Mossini Mendel


 

"O sol está lá", de Guilherme Mossini Mendel


 

"O que há lá no alto?", de Guilherme Mossini Mendel


 

"Moscas & Aranhas", de Guilherme Mossini Mendel


 

"Ligação", de Guilherme Mossini Mendel


 

"Iguarias", de Guilherme Mossini Mendel


 

"Floricultura", de Guilherme Mossini Mendel


 

"Fá Sol Lá", de Guilherme Mossini Mendel


 

"Barra pesada", de Guilherme Mossini Mendel


 

"Alianças", de Guilherme Mossini Mendel


 

"Ainda sou uma criança", de Guilherme Mossini Mendel


 

"Ciranda, a Gata Encantada", de Guilherme Mossini Mendel

João era um homem de 45 anos que, apesar de estar sempre à mercê da má sorte, era conhecido por sua gentileza e humildade. Sua vida era marcada por miséria e dificuldades, mas ele encontrou consolo e alegria na presença de sua filha adotiva, Ana. A menina de 8 anos, deixada na porta de João por uma mãe desnaturada, era, no cotidiano do pai, uma vela acesa em um aposento tomado por uma escuridão profunda.

Ana converteu-se em uma menina adorável, querida por todos na vizinhança. Seu único desejo era ter um bichinho de estimação. Um dia, um gatinho de pelagem cinza chumbo apareceu nos arredores da casa. O felino ficou por ali alguns dias e logo se tornou a obsessão da menina. João, apesar de suas dificuldades financeiras, cedeu ao desejo da filha e permitiu que ela adotasse o gatinho, ou melhor, gatinha, batizada desde então como Ciranda.

A garotinha cuidava da mascote com todo o carinho do mundo, e até João acabou se afeiçoando ao animal. Contudo, vez ou outra, Ciranda sumia e reaparecia depois de um tempo. Algo nesse comportamento era estranho, porém Ana não se importava, desde que sua amada Ciranda voltasse sempre para casa.

Com o tempo, descobriu-se que Ciranda não era um simples bichano. Durante uma noite de tempestade, a gatinha transformou-se, diante do olhar fixo de Ana, em uma bruxa com o visual típico das antigas histórias: velha, corcunda, verruguenta, cabeluda, nariguda, queixuda. A princípio, Ana ficou apavorada, entretanto logo percebeu que a criatura mágica não queria lhe fazer mal, pois seu semblante era terno, não maligno. Então, a feiticeira, com olhos gentis e um sorriso acolhedor, explicou que só queria o bem da menina. Na verdade, Ciranda amava a criança como se fosse sua própria filha.

No decorrer dos dias, a bruxa, tocada pelo sofrimento e pela bondade de João e Ana, decidiu intervir. Transformou-se em uma jovem de beleza singela e presença cativante. Incorporando-se à rotina de ambos, passou a ajudar nas tarefas diárias e a trazer um pouco de alegria para o lar. João, encantado pela graciosidade e dedicação da moça, casou-se com ela, proporcionando à família uma nova mãe e esposa.

Desde então, a sorte dos três mudou. João conseguiu um bom emprego, e a casa prosperava. Aparentemente, essas melhorias aconteceram sem prejudicar ninguém, mas algo sinistro pairava no ar. As pessoas que, no passado, haviam barrado o sucesso de João, começaram a sofrer misteriosos infortúnios. Era como se uma força invisível estivesse punindo aqueles que fizeram mal a ele.

A vida de João e Ana floresceu, e a jovem esposa permaneceu ao lado deles, garantindo que a felicidade e a prosperidade continuassem em seu lar. Ciranda, a gata encantada, agora transformada em uma mulher de beleza singular, mantinha-se sempre por perto, como um símbolo de proteção e da magia benevolente que transformou a existência dessa família humilde.

"O Espírito do Opala", de Guilherme Mossini Mendel

O velho Joaquim sempre foi conhecido por seu temperamento difícil e seu amor incondicional por seu Opala 1974, um clássico brasileiro que ele cuidava com mais zelo do que qualquer outra coisa na vida. Sua neta, Luísa, uma jovem rebelde e desrespeitosa, sempre desejou o carro, mas Joaquim nunca permitiu que ela sequer tocasse no volante.

Quando Joaquim faleceu, Luísa finalmente herdou o tão cobiçado Opala. A decisão foi tomada por Carlos Alberto, genro do idoso, cujo respeito pelo sogro sempre fora inexistente. Ignorando completamente o apreço que o velho sentia pelo veículo, optou, sem pestanejar, por agradar à sua incontrolável e superestimada filha. Carlos Alberto era o infeliz proprietário de Wanderleia, rebento único de Joaquim e de sua eternamente amada e saudosa Zilda.

Sendo assim, sem qualquer respeito pela memória do avô, a herdeira do automotor começou a usar o carro de maneira irresponsável. Dirigia bêbada, usava drogas, derrubava bebida e comida no interior do veículo, e até mesmo usava o carro para encontros amorosos – incluindo aqueles mais quentes do que o motor do velho veículo. O Opala, que antes era um símbolo de orgulho e cuidado, agora estava se deteriorando rapidamente.

O espírito de Joaquim, inquieto e furioso, não conseguia descansar em paz. Ele perambulava ao redor da família, emanando uma aura de revolta e descontentamento. A cada nova transgressão de Luísa, a presença do avô se tornava mais forte e perturbadora. Os três até passaram a sentir algumas sensações estranhas, contudo não sabiam dizer do que se tratava. Inclusive, Wanderleia pediu que um padre viesse benzer a casa, o que acalmou a situação por um curto período.

Até que, em uma noite diabólica, após uma festa regada a álcool, drogas e inenarrável pegação, Luísa decidiu dirigir o Opala de volta para casa. O espírito de Joaquim, determinado a pôr fim à farra, tomou o controle do carro. Em uma curva perigosa, o Opala perdeu o controle e se chocou violentamente contra uma árvore. O acidente foi fatal para Luísa, interrompendo uma vida de aventuras, e o carro teve perda total, interrompendo uma existência de torturas.

Carlos Alberto e Wanderleia lamentaram profundamente o destino da sua amada e meiga única descendente. O pai, sobretudo, lastimou ter deixado Luísa adonar-se daquele ferro-velho.

No entanto, o espírito de Joaquim finalmente encontrou paz. Agora, ele podia vagar alegremente, dirigindo seu amado Opala em uma dimensão onde ninguém mais poderia perturbá-lo. O carro, restaurado à sua antiga glória, era novamente um símbolo de orgulho e cuidado, porém, desta vez, apenas para o espírito do velho Joaquim.

quinta-feira, 14 de novembro de 2024

Dicas de filmes - Parte 21

01- "Sujou... Chegaram os Bears" (Bad News Bears), dirigido por Richard Linklater (2005);

- "Sujou... Chegaram os Bears" é uma comédia infantojuvenil que gira em torno de um time de beisebol formado por crianças muito diferentes umas das outras. Nenhuma delas tem o perfil de "popular da escola"; pelo contrário, são excluídas e sofredoras de bullying. Sem qualquer noção sobre os fundamentos do esporte, elas precisam se preparar para um campeonato. A missão de treiná-los é dada a um ex-jogador desajustado, interpretado por Billy Bob Thornton. O filme aborda temáticas relevantes de maneira irreverente, como inclusão, amizade, união, diversidade, o valor de cada um, sucesso, fracasso, superação, família, o desafio de ensinar e exemplos de vida. Além disso, questiona e transforma as ideias comuns de mocinho e bandido, bem como retrata as mudanças pelas quais os EUA passaram nas últimas décadas.


02- "Sobrevivente" (Djúpið), dirigido por Baltasar Kormákur (2012);

- Inspirado em uma história real, "Sobrevivente" é um drama emocionante que segue a jornada de um pescador islandês que sobrevive a um naufrágio em águas extremamente geladas e precisa lutar contra a natureza hostil para se manter vivo. Baltasar Kormákur captura a resiliência humana e a vontade de sobreviver do personagem, criando uma experiência cinematográfica profundamente impactante.


03- "A um passo da eternidade" (From Here to Eternity), dirigido por Fred Zinnemann (1953);

- Situado no Havaí antes do ataque a Pearl Harbor, este filme explora questões relacionadas ao amor, ao dever e ao sacrifício. Com uma direção magistral de Fred Zinnemann, o filme equilibra drama pessoal com o pano de fundo histórico. Além disso, os personagens são marcantes e as atuações, inesquecíveis. Em resumo, basta dizer que a obra ganhou vários prêmios, incluindo o Oscar de Melhor Filme.


04- "O Último Hurra" (The Last Hurrah), dirigido por John Ford (1958);

- O filme é centrado em um veterano político, interpretado por Spencer Tracy, que disputa uma última eleição. "O Último Hurra" é uma meditação sobre a mudança dos tempos e a natureza efêmera do poder, com performances fortes e a direção habilidosa de Ford, que desenvolve a narrativa com uma riqueza emocional e humana.


05- "Serenata Prateada" (Penny Serenade), dirigido por George Stevens (1941).

- "Serenata Prateada" é um drama romântico estrelado por Cary Grant e Irene Dunne. A história narra a vida de um casal refletindo sobre sua trajetória juntos enquanto enfrentam uma crise no casamento. O filme é uma montanha-russa emocional, habilmente dirigido por George Stevens, que equilibra momentos de alegria e tristeza de maneira tocante. As performances de Grant e Dunne são notáveis, conferindo profundidade e autenticidade aos seus personagens.

sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Dicas de filmes - Parte 20

01- "Janela Indiscreta" (Rear Window), dirigido por Alfred Hitchcock (1954);


- Neste suspense psicológico do mestre Hitchcock, um fotógrafo, interpretado por James Stewart, está confinado a uma cadeira de rodas em seu apartamento e passa o tempo observando seus vizinhos pela janela. Ele começa a suspeitar que um deles matou a esposa e, então, divide suas apreensões com suas companhias mais queridas: Lisa, sua namorada, vivida pela lendária Grace Kelly, e Stella, sua sarcástica enfermeira, papel de Thelma Ritter. A tensão é construída de forma magistral, com a câmera frequentemente assumindo o ponto de vista de Jeff, fazendo o público se sentir como um observador cúmplice.


02- "Um Barco e Nove Destinos" (Lifeboat), dirigido por Alfred Hitchcock (1944);


- Durante a Segunda Guerra Mundial, sobreviventes de um navio torpedeado se encontram em um bote salva-vidas e enfrentam um grande dilema: resgatar ou não um dos tripulantes do submarino nazista que os atacou. Este filme é notável por seu cenário único e claustrofóbico, que se passa inteiramente em um barco. Cada personagem tem uma personalidade única e deve lidar com questões particulares. Hitchcock explora temas existenciais e humanos, como sobrevivência, moralidade e confiança em tempos de guerra. O roteiro do genial escritor estadunidense John Steinbeck adiciona profundidade às interações entre os personagens.


03- "Norma Rae" (Norma Rae), dirigido por Martin Ritt (1979);

 

- O filme segue Norma Rae (interpretada por Sally Field, em uma de suas atuações mais brilhantes), uma trabalhadora de uma fábrica têxtil que se torna uma ativista sindical para melhorar as condições de trabalho. A história se passa em uma pequena cidade cuja sobrevivência depende da indústria têxtil, que emprega praticamente todos os cidadãos, incluindo a família inteira de Norma. Assim como em muitos casos reais, os moradores se submetem a condições precárias para manter seus empregos. A chegada de Reuben Warshowsky (Ron Leibman), um sindicalista judeu “de fora”, traz preconceito e medo entre os trabalhadores, que temem perder seus empregos. Norma é a primeira a dar atenção a Reuben, e a relação sincera entre eles transforma Norma em uma mulher mais moderna, corajosa e autônoma. Tal obra cinematográfica é simplesmente brilhante!


04- "Orgulho e Paixão" (The Pride and The Passion), dirigido por Stanley Kramer (1957);


- Durante as Guerras Napoleônicas, um capitão britânico, vivido pelo inigualável Cary Grant, e um guerrilheiro espanhol, interpretado de maneira singular pelo icônico cantor Frank Sinatra, unem-se para transportar um enorme canhão através da Espanha para usá-lo contra os franceses. Este épico de guerra é notável pela magnífica história de esforço e superação dos combatentes para levar a arma até o seu destino, viajando por incontáveis quilômetros, ultrapassando obstáculos geográficos e enganando o exército francês para conseguir o seu intento. A química entre Cary Grant, Frank Sinatra e Sophia Loren forma um emocionante triângulo amoroso. A personagem de Loren deve escolher entre o ideal proporcionado por Miguel e a garantia de futuro oferecida pelo Capitão Anthony.


05- "Gran Torino" (Gran Torino), dirigido por Clint Eastwood (2008).


- Walt Kowalski, personagem do lendário Clint Eastwood, é um veterano de guerra ranzinza, solitário e preconceituoso. Ele forma uma improvável amizade com um jovem vizinho asiático após este tentar roubar seu carro, um Gran Torino. A relação começa aos poucos, pois o gelo existente no peito de Walt havia sido formado há muito tempo. Gradativamente, o idoso reconhece a humanidade presente na diferença, o que o enche de vida quando já parecia tarde.

terça-feira, 30 de julho de 2024

Dicas de filmes - Parte 19

01- "Minha bela dama" (My fair lady), dirigido por George Cukor (1964);


- No musical "My fair lady", a sensacional Audrey Hepburn mostra todo o seu talento interpretando uma humilde florista, cuja falta de modos torna-se objeto de uma aposta. Aqui, Rex Harrison dá vida a um culto professor de fonética que, em pouco tempo, precisa transformar a rústica florista em uma bela dama da alta sociedade. Como qualquer filme de George Cukor, trata-se de uma obra poética, profunda e humana.


02- "Johnny English" (Johnny English), dirigido por Peter Howitt (2003);


- "Johnny English" é uma maravilhosa sátira dos filmes de espionagem ao estilo da franquia "James Bond - 007". O agente secreto é interpretado por Rowan Atkinson, o genial "Mr. Bean", a Bond Girl é vivida pela estonteante cantora australiana Natalie Imbruglia e, para completar o time, o vilão é representado pelo brilhante John Malkovich. Ou seja, só o elenco já garantiria um bom divertimento. Porém, como se isso não bastasse, os demais "setores" do projeto são tão bem cuidados quanto a escolha dos atores, já que, por exemplo, o roteiro é bem interessante e a direção, competente.


03- "Drone" (Drone), dirigido por Jason Bourque (2017);


- Este é um filme que me surpreendeu bastante. "Drone" possui um roteiro moderno e pertinente, além de ser uma excelente produção cinematográfica. A história mostra como o governo dos EUA usa agentes que, sentados em uma confortável sala, comandam poderosos drones cuja missão é bombardear supostos terroristas nos países do Oriente Médio. Contudo, muitas vezes esses "gamers" da vida real não acertam os alvos e atingem inocentes, provocando "game over" para as pessoas erradas, dizimando famílias inteiras em alguns casos. O desenrolar da trama é tenso, comovente e surpreendente.


04- "Ladrão de casaca" (To catch a thief), dirigido por Alfred Hitchcock (1954);


- Filme de ação estrelado pelo talentoso Cary Grant e pela princesa Grace Kelly, "Ladrão de casaca" tem um desenvolvimento intenso e uma fotografia belíssima. É um verdadeiro jogo de gato e rato, tão inesgotável e divertido quanto "Tom & Jerry". Nele, Grant encarna um ex-ladrão que tem duas missões: fisgar um novo criminoso que usa o seu velho modus operandi e, assim, livrar-se das suspeitas que recaem sobre si, bem como conquistar a linda turista vivida por Grace Kelly, a qual gradativamente se mostra menos inocente do que aparenta.


05- "Intriga Internacional" (North by Northwest), dirigido por Alfred Hitchcock (1959).


- "Intriga Internacional" talvez seja um dos filmes mais brilhantes do mestre do suspense Alfred Hitchcock. Na história, Cary Grant é confundido com um agente secreto norte-americano, o que traz consequências tão desagradáveis que transformam repentinamente a sua vida pacata. O roteiro é surpreendente e vertiginoso, proporcionando ao espectador uma experiência divertida e inteligente. Vale cada minuto!

quinta-feira, 6 de junho de 2024

"Atrasada para a morte", de Guilherme Mossini Mendel

Capítulo 1 – 07h25min


Os últimos estudantes estavam chegando à única escola pública de Ensino Fundamental da comunidade rural Paraíso Bucólico. As aulas começariam daqui a cinco minutos para os setenta e oito alunos que estavam matriculados no turno matinal do retirado educandário, cuja localização ficava próxima somente das propriedades pertencentes às famílias da localidade. E essa proximidade era relativa, tendo em vista que ninguém morava a pelo menos quinze minutos de caminhada da sua moradia até o local onde estudava.

Naquela manhã, quem recebia as crianças e os adolescentes era a vice-diretora, Helena de Assis, cujo comportamento deixava qualquer indivíduo bem acolhido e à vontade. O restante da equipe diretiva era composto pela diretora Agatha Gianinni e pela coordenadora Adrienne Funke. Enquanto aquela cuidava da burocracia em seu escritório, ou coordenava setores diversos, como limpeza, manutenção, alimentação, esta organizava os estudantes em filas, enquanto aguardavam com ansiedade os alvoroçados mestres, os quais corriam contra o tempo na atribulada e misteriosa Sala dos Professores.

Era uma manhã normal, nem um pouco diferente de outra qualquer. Todos estavam seguindo as suas rotinas, desempenhando o seu papel de acordo com os mecanismos que fazem o mundo girar.

Os movimentos de entrada e de saída no edifício eram constantes. Crianças gritavam, brincavam um com o outro, proferiam palavrões e provocações entre si, gerando inquietação na Prof.ª Adrienne e no “tio do recreio” Itamar, um senhorzinho simpático, do qual todos gostavam mas ninguém respeitava. O corpo docente da Escola Saberes do Campo abria e fechava armários, organizava materiais e conversava a respeito de mais um dia de trabalho nas suas “adoráveis” turmas. E as salas de aula, silenciosas até então, logo seriam preenchidas com uma barulhenta dose de vida. 


Capítulo 2 – 8h30min


A adolescente Giselle estava furiosa consigo mesma. Como é que tinha permitido que o seu celular ficasse sem carga? O aparelho “morreu” durante a madrugada e, pela manhã, dormia tanto quanto a sua refém.

Assim que a menina acordou, às 8h03min, levou um tremendo susto, incrementado pela lembrança da prova de Matemática que a turma dela, do 9º ano, resolveria naquele dia. As avaliações da Prof.ª Matilde já eram absurdas, de tão difíceis. Chegando atrasada à escola, com menos tempo para resolver o teste e a sua concentração avariada, certamente Giselle teria um obstáculo gigantesco diante de si.

Porém, agora essas questões só poderiam ser remediadas. Já iniciado o segundo período de aula, último de Matemática, a estudante encontraria os primeiros desafios, que eram convencer quem a recebesse no colégio a permitir a sua entrada na sala de aula e, uma vez lá dentro, persuadir a professora a deixar que ela respondesse ao teste.

Estava diante da temida porta. No momento, precisaria criar coragem para enfrentar tudo aquilo que surgisse em seu caminho.


Capítulo 3 – 8h35min


A escola estava mais quieta do que o costume. Parecia até que não havia uma viva alma lá dentro. Giselle dirigiu-se à direção, no entanto não havia ninguém por lá. Será que estavam em alguma reunião? Vai ver, todos se encontravam no auditório para alguma palestra de última hora. Podia ser, pois não era tão incomum o surgimento de compromissos repentinos nas escolas. Desse modo, seria bem melhor, porque talvez quisesse dizer que a avaliação de Matemática tinha sido adiada. A descuidada aluna torcia muito para que isso se concretizasse.

Em seguida, sem fazer muito alarde, ela passou pela secretaria, onde também não viu ninguém. Provavelmente a secretária Dorotilde estivesse junto dos demais na palestra, ou procurando documentos armazenados nos arquivos que ficavam na salinha anexa. Sendo assim, agradecendo pela sua inesperada sorte, moveu-se para o corredor onde estavam situadas as salas de aula. A primeira da fila já era a dela.

A passos lentos, Giselle prosseguiu em direção à turma 91, estranhando que a porta estivesse aberta e que não houvesse barulho algum. Será que tinham ido ao auditório sem trancar a porta da sala? Será que a Prof.ª Matilde não havia liberado os colegas para que assistissem à palestra, e eles estivessem mesmo fazendo a prova?

No entanto, assim que chegou diante da entrada da sala 06 da Escola Saberes do Campo, a garota deparou-se com um cenário completamente inesperado. Por mais que detestasse a professora de Matemática, nunca imaginara um final tão atroz para a ranzinza educadora: Matilde estava deitada bem perto da escrivaninha utilizada pelos professores, numa posição indescritível, com a cabeça literalmente estourada, com uma considerável poça de sangue ao seu redor – sangue este que se notava respingado por todo o canto. O pavor da menina foi tamanho que o grito ficou engasgado no seu âmago, perceptível somente em sua face transformada em uma estranha careta de terror.

Então, arranjando coragem não se sabe de onde, Giselle adentrou um pouco mais pelo umbral, encontrando uma tragédia ainda maior. Todos os seus companheiros de 9º ano tinham sofrido um destino similar ao da professora, com pequenas alterações: apresentavam ferimentos em diversos outros pontos do corpo e o sangue em que estavam inundados formava figuras distintas. O cheiro dentro do recinto era forte. Era um misto de sangue, de medo, de morte, mas também de algo diferente.

Sem pensar duas vezes, a estudante correu para fora do local, verificando nas outras salas que as demais crianças, adolescentes e professores apresentavam a mesma situação, típica dos piores pesadelos. Testemunhou, apesar disso, algo inimaginável na última sala de aula: na turma do 5º ano, estavam a professora, os alunos e a equipe da direção inteira, todos violentamente mortos. Ao ver um material espalhado pelo chão, constatou a razão de as diretoras estarem ali. Lembrou-se de que, naquele dia, os estudantes de toda a escola receberiam novos livros literários. E, provavelmente, a Prof.ª Agatha havia decidido começar a distribuição pelos menores.

Portanto, percebendo que não havia mais nada a fazer naquele lugar, Giselle saiu desesperada rumo à saída da escola. E, encontrando-se no saguão, ou ligaria para a polícia, ou cairia fora de uma vez por todas.

Contudo, no momento em que estava prestes a chegar ao final do corredor, um vulto encapuzado e mascarado surgiu diante dela, armado com um afiadíssimo cutelo e  uma ameaçadora arma de fogo. Ou seja, todos estavam mortos, entretanto o assassino ainda estava lá. Logo, tudo devia ter acabado há pouco tempo. Quem sabe esse monstro já estivesse até indo embora, quando ouviu a chegada da menina, o que o fez ansiar por mais uma morte.


Capítulo 4 – 9h13min


– Atrasada para a morte, hein, mocinha!? – exclamou uma voz feminina, abafada pela máscara.

Nisso, o bizarro personagem abaixou o capuz, arrancou o objeto de disfarce do rosto, e, de repente, Giselle reconheceu ali as faces de Olympia, uma senhora robusta de meia idade que trabalha como merendeira na escola.

– Dona Olympia, o que a senhora está fazendo? – perguntou a garota, não mais confusa do que apavorada.

– Quer mesmo saber? Acho que eu ainda tenho um tempo para falar. Vai ser bom pra mim. Igual, depois você vai se juntar aos seus coleguinhas mal-educados.

Então, relaxou um pouco a postura do corpo e começou a discursar:

– Exatamente há quinze anos, o meu filho Thales estudava nesta escola aqui, no 7º ano. Certo dia, eles estavam na aula de Educação Física, lá no campinho de terra. O Prof. Valter, responsável pela disciplina na época, deixou-os jogando futebol e veio conversar com a diretora Carina, para combinar com ela os detalhes sobre um dia no qual não poderia vir trabalhar. Nesse meio tempo, o meu querido filho, que tinha asma, teve um ataque. Só que os colegas, imaturos e irresponsáveis para tomar qualquer atitude, num primeiro momento, ficaram olhando paralisados o Thales passar mal. Após alguns minutos, deram início a procedimentos inúteis, e só bem depois é que alguém pensou em chamar algum adulto. Mas, quando esse alguém retornou com os adultos, já era tarde. Qualquer socorro teria sido em vão.

Enquanto Olympia contava o seu triste relato, Giselle encontrou forças para ir se aproximando dela, carregando uma sincera comoção em suas belas e jovens feições. Afinal, ela nunca tinha imaginado que uma história tão trágica estivesse presente na história daquela escola. Ninguém nunca tinha comentado a respeito disso.

A auxiliar de cozinha continuou o seu depoimento:

– Todos me disseram que lamentavam profundamente o ocorrido, pediram perdão pela negligência e, por fim, afirmaram com convicção que, aos poucos, a dor do luto passaria. E, também, que a grave asma com a qual Thales sofria sempre havia trazido o risco de provocar algo assim no menino.

Contudo, a dor não passou. A cada ano letivo que terminava, outro começava. Olympia via aqueles estudantes, tão jovens, tão alegres, tão despreparados, tão irresponsáveis. E recordava-se do seu filho, tão frágil, tão doce, tão sozinho, tão dedicado. Thales não tinha amigos. Ou melhor, seus melhores amigos eram os seus professores, dos quais sugava todo o conhecimento que pudesse. Queria um próspero futuro para si mesmo. Todavia, ainda mais, queria um próspero futuro para sua amada mãe, presa naquele fim de mundo, naquela profissão que ele não admirava. Desejava, com uma vontade avassaladora, sair daquele buraco e levar a sua mãe junto, para um lugar bem localizado, onde as coisas, as pessoas e as oportunidades acontecem.


Capítulo 5 – 9h40min


Sendo assim, quando a tragédia estava prestes a completar quinze anos, os tristes sentimentos e os maus pensamentos dentro de Olympia tornaram-se insuportáveis. E ela pensou: “Que os pais de hoje sintam a mesma tristeza arrasadora que eu sinto! Quero trazer todos para o meu inferno existencial!”. Então, comprou uma competente e imponente arma de fogo junto aos intermediários de uma facção criminosa dentre as muitas que existem hoje em qualquer cidade, seja ela imensa ou minúscula. Adquiriu, além disso, um sonífero poderoso, o qual, justamente naquele dia, havia depositado no café que os estudantes, os professores e os funcionários tomavam todo o início de manhã. Assim, não teriam como fugir nem reagir.

E fez o que fez, tendo a ajuda do destino, cujo timing foi perfeito. Todos puderam se dirigir para as salas de aula, inclusive a equipe diretiva. O resto tinha sido fácil. Era só mirar em qualquer ponto dos corpos inertes e acertá-los como acertava os pedaços de carne que cortava com o mesmo cutelo que usara. A outra arma estaria reservada para possíveis eventualidades.

Antes que a enlouquecida senhora concluísse o seu desabafo, Giselle, de posse de um canivete suíço que ganhara do pai e que sempre carregava na mochila para qualquer acaso, conseguiu se aproximar o suficiente dela e a acertou com o pequeno objeto cortante bem no olho esquerdo. Olympia, surpresa e imersa em dor, ficou completamente vulnerável e indefesa. Nisso, a adolescente correu em direção à porta de saída da escola.


Capítulo 6 – 10h02min


Quando estava quase diante do mundo exterior, um outro vulto apareceu de repente. Mas essa aparição não se materializou. Era a presença fantasmagórica de um menino, cujo rosto lembrava demais o de Olympia. Era Thales, sem dúvida. Essa visão permaneceu parada diante do limiar da instituição, como se tivesse o objetivo de segurar Giselle ali.

Estática, a garota ouviu um estrondo e sentiu uma dor lancinante nas costas. E, exatamente de costas, caiu no chão. Antes de se apagar de vez, escutou ainda um outro estouro e o barulho de um segundo corpo despencando ao seu lado.

Agora sim, não havia qualquer viva alma naquela edificação. 

***


Quem chegasse na Saberes do Campo por primeiro, assim que abrisse a porta, encontraria os cadáveres da estudante Giselle, assassinada com uma pancada de arma branca nas costas, e do zelador e auxiliar de disciplina Itamar, de quem a vida fora ceifada com um tiro de uma potente arma de fogo.

Além disso, quem percorresse os demais ambientes da escola, enxergaria horrorizado estudantes, professores e funcionários mortos, incluindo as três componentes da equipe diretiva. Só restariam os enigmas a respeito de quem havia executado atos tão cruéis e do paradeiro das duas auxiliares de cozinha, responsáveis pela alimentação daqueles corpos que já não ingeriam mais nada, e das duas auxiliares de limpeza, responsáveis pelo asseio daqueles espaços dos quais ninguém mais conseguiria retirar a sujeira.


Capítulo 7 – 12h33min


Dorotilde acordou atordoada. Pelo que podia perceber, estava caída na salinha dos arquivos. Tudo o que lembrava era de ter tido um sono profundo e repentino.

Levantou-se com alguma dificuldade. Sentiu um odor opressor no ar, o que não a ajudou a superar a náusea que a estava acometendo. Por isso, decidiu sair da escola para respirar ar puro. 

Tão logo atravessou a portinhola de acesso à secretaria da escola, deparou-se com os dois conhecidos sem vida despejados na entrada do prédio.

Nossa! O grito de Dorotilde quase ressuscitou aqueles que já estavam em seu descanso eterno. A vantagem disso é que o som escandaloso havia alertado a sua colega de trabalho Olympia, cuja silhueta divisava lá adiante, no corredor, vindo apressadamente ao seu encontro.

segunda-feira, 13 de maio de 2024

Dicas de filmes - Parte 18

01- "Julio Cesar" (Julius Caesar), dirigido por Joseph Mankiewicz (1953);


- Há pouco, li a ótima peça "Julio Cesar", de William Shakespeare, na qual a obra supracitada foi inspirada. Pouco depois, tive a oportunidade de, finalmente, assistir ao filme estrelado por Marlon Brando, James Mason, dentre outros atores e atrizes grandiosos. Fiquei muito emocionado ao ver essa produção cinematográfica, porque ela realmente dá vida, de forma profundamente respeitosa, ao texto do bardo inglês.


02- "King Kong" (King Kong), dirigido por Merian C. Cooper e Ernest B. Schoedsack (1933);


- Vi, quase que somente por curiosidade, esta primeira versão do filme sobre o gorila gigante. Pensava que, apesar da compreensão que sempre tenho a respeito da época em que as obras artísticas são feitas, consideraria a experiência bem relevante, mas digna das cenas mais toscas vistas na história do cinema. Contudo, para a minha surpresa, eu estava muito enganado: o filme é meticulosamente pensado e os efeitos especiais são surpreendentes, superiores aos observados em produções posteriores.


03- "Home Room - A Sobrevivente" (Home Room), dirigido por Paul F. Ryan (2002);


- Este é um filme que costumo trabalhar com os meus alunos, pois o considero relevante em vários aspectos. A narrativa se passa após um dos lamentavelmente já corriqueiros atentados em escolas. E, enquanto a polícia tenta descobrir a quem culpar e as motivações do agressor, duas adolescentes totalmente diferentes começam a conviver, oferecendo ao público um leque variado de experiências humanas, do verdadeiro amor ao verdadeiro ódio, em diálogos e trocas inspiradores.


04- "Escritores da Liberdade" (Freedom Writers), dirigido por Richard Lagravanese (2006);


- "Escritores da Liberdade" trata a respeito de uma professora que tenta conquistar uma turma de adolescentes extremamente difícil, fazendo vários sacrifícios em busca do sucesso como docente. Baseado em uma história real, o filme levanta importantes questionamentos sobre a Educação, mostrando que nem sempre os estudantes têm realidades compatíveis com os engessados sistemas de ensino propostos, e vice-versa. É, por essas e outras razões, uma ótima obra para ver em salas de aula.


05- "Ghost Town - Um espírito atrás de mim" (Ghost Town), dirigido por David Koepp (2008).


- "Ghost Town" é uma deliciosa comédia que trata sobre a vida após a morte, as questões mal resolvidas (tanto durante a vida quanto depois dela), o egoísmo, o altruísmo, dentre outras temáticas interessantes. A história se passa em uma belíssima Nova Iorque, onde um dentista solitário, ao passar por um procedimento médico questionável, começa a ver os fantasmas nova-iorquinos, repletos de demandas a serem solucionadas.

sexta-feira, 22 de março de 2024

Dicas de filmes - Parte 17

01- "Zoom", dirigido por Pedro Morelli (2015);


- "Zoom" é um filme parcialmente nacional e muito diferente! Nele, os personagens são criação um do outro e, assim, além de a experiência do espectador tornar-se super divertida, aquilo que é observado na tela provoca inúmeras reflexões - desde que o indivíduo se proponha a isso, lógico. A produção conta com Mariana Ximenes e Gael García Bernal no elenco, o que já instiga o público a buscá-la.


02- "Loucas por amor, viciadas em dinheiro" (Mad Money), dirigido por Callie Khouri (2008);


- Eu quase não assisti a esse filme por conta do nome bem bagaceiro. Mas, para a minha surpresa, trata-se somente de mais um caso de adaptação infeliz (tendo em vista que não dá para chamar esse desserviço de tradução). A obra cinematográfica é muito criativa e divertida, contando com um elenco sensacional (Diane Keaton, Queen Latifah, Katie Holmes, Ted Danson) e um roteiro repleto de suspense e reviravoltas. Certamente, não é uma história que coloca o dinheiro em um pedestal, mas que mostra a importância que esse bem (ou mal) tem na vida das pessoas.


03- "Elsa & Fred: Um Amor de Paixão" (Elsa & Fred), dirigido por Michael Radford (2014);


- O filme já valeria muito para que o apreciador de cinema pudesse presenciar Shirley MacLaine e Christopher Plummer, bem velhinhos, atuando juntos. Aqui, ambos demonstram que ainda têm seu charme e, acima de tudo, o seu talento. Nessa produção, Elsa, uma senhora alegre e extrovertida, recebe um novo vizinho no condomínio onde reside, um senhor que recém enviuvou chamado Fred, o qual, ao contrário dela, é rabugento e introvertido. A convivência de ambos apresentará ao espectador segredos, mentiras e verdades na vida de Elsa e um gradativo relaxamento por parte de Fred.


04- "A Linguagem do Coração" (Marie Heurtin), dirigido por Jean-Pierre Amerís (2014);


- "A Linguagem do Coração" trata sobre a história real e profundamente comovente de uma adolescente que nasceu cega e surda, no final do século XIX, quando havia bem menos recursos e informações do que hoje. Sendo assim, a menina vivia quase como uma primitiva, sem qualquer socialização e instrução que a tornassem civilizada. Seus pais, então, a levaram a um convento onde freiras católicas educam crianças surdas, e uma irmã em especial aceitou o desafio de ensiná-la, o que contrariava a vontade da madre superiora, tendo em vista que esse procedimento nunca havia sido feito naquela instituição.


05- "Doris, redescobrindo o amor" (Hello, my name is Doris), dirigido por Michael Showalter (2015).


- A já idosa Sally Field está maravilhosa nesse misto de comédia, romance e drama. Nesse filme, Doris, uma senhora que dedicou a sua vida a cuidar da mãe, precisa se reinventar após a morte desta. E, nesse ínterim, deve lidar com a paixão por um homem bem mais novo, a cobiça de seu irmão pela casa onde reside (parte integrante da herança) e a sua mania de acumulação. Então, descobre que as mudanças precisam partir da nossa força de vontade, que nem tudo o que parece é, e que os verdadeiros amigos sempre estarão do nosso lado, não importa o que aconteça.

domingo, 4 de fevereiro de 2024

Dicas de filmes - Parte 16

01- "Marty" (Marty), dirigido por Delbert Mann (1955);


- "Marty" é um filme muito tocante! A obra trata sobre relacionamentos amorosos, como tantas outras. Porém, aqui, os protagonistas não são lindos e extrovertidos, mas extremamente tímidos e a sua beleza peculiar vem de seu caráter gigantesco. Para atrapalhá-los, há a pressão e o julgamento por parte das suas famílias e amigos.


02- "Horas intermináveis" (Fourteen hours), dirigido por Henry Hathaway (1951);


- Este filme, baseado em um caso real, desenvolve-se em torno de um rapaz que sobe no parapeito de um prédio e está prestes a se suicidar. O título original, livremente traduzido como "Quatorze horas", indica a quantia de tempo que o protagonista fica no angustiante local antes de tomar uma decisão.


03- "A Morte te dá Parabéns" (Happy Death Day), dirigido por Christopher Landon (2017);


"A Morte te dá Parabéns" é um filme de terror, suspense e comédia que repete aquela fórmula onde a protagonista acorda sempre no mesmo dia e fica presa nesse contexto até que encontre a solução exigida pelo destino. Para temperar isso tudo, é o dia do seu aniversário e sempre, no final da noite, ela é assassinada. A obra é muito criativa e cativante, e a atuação dos personagens principais é um espetáculo à parte.


04- "Um homem só", dirigido por Claudia Jouvin (2016);


- Neste filme nacional, protagonizado por Vladimir Brichta e Mariana Ximenes, Arnaldo, um homem infeliz com os rumos da sua própria vida, descobre uma clínica em que clones são criados para tomarem o lugar dos indivíduos originais, enquanto estes dão um novo rumo às suas existências. Uma obra criativa e surpreendente, trazendo um elenco brasileiro de ponta.


05- "Apenas duas noites" (Two night stand), dirigido por Max Nichols (2013).


- "Apenas duas noites" é uma comédia romântica inteligente e diferente. Não é uma superprodução nem apresenta um elenco famosíssimo, mas traz uma premissa bem interessante. Nele, dois jovens combinam pela internet de se encontrarem no apartamento do rapaz para uma noite de sexo casual, já que os dois estão necessitados disso há algum tempo. Porém, no dia seguinte, quando a moça iria embora, começa uma nevasca em Nova Iorque e ela fica presa com esse estranho por um tempo maior do que gostaria.