Não havia nada lá:
Nem saídas, nem entradas;
Nem ruínas, nem estradas.
Eu corria sem sair do lugar,
E adormecia sem ver o luar.
O tempo não passava,
Nem eu envelhecia.
Então, um dia,
Começou a chover.
E, para meu espanto,
Eram lágrimas de Deus.
Quando tudo acabou,
Ele olhou para mim,
E, perturbado, falou:
"Filho, estás fora do Universo!?"
(BACCA, A. A.; GONÇALVES, C.. Poesia do Brasil. Vol. 8. Bento Gonçalves-RS: Grafite, 2008. p. 192)
Escrevi este poema há muitos anos, como é possível observar pelos erros de pontuação. Foi um dos meus primeiros textos, quando eu estava cursando o Ensino Médio. Ele não entrou para o primeiro livro, mas, algum tempo depois, reconheci a qualidade do texto (para mim) e fiz alguns ajustes, vindo a publicá-lo na já referida antologia.
Não há um significado específico para esse poema. É mais um dos textos que simplesmente me surgiram. Então, antes de tentar explicar o que eu quis dizer com ele, prefiro que os leitores o interpretem da sua maneira (o que é muito mais produtivo, na minha opinião).
***
Enfim, acabam por aqui os poemas da antologia. Desse modo, a partir da próxima postagem, publicarei alguns textos de "Sobretudo", minha última obra publicada até hoje. Em breve, mandarei para a editora meu mais novo livro, provavelmente o menos pior da minha carreira. Espero que, quem apoiá-lo, não se aborreça com a leitura.
Tchau!
Obrigado pela atenção e pela leitura!
Nenhum comentário:
Postar um comentário