Em qualquer sala de aula tem gente escrevendo poesia. Em qualquer bairro, comunidade, distrito ou viela, por mais insignificante que seja, tem gente escrevendo poesia. Isso é estranho, porque ninguém mais valoriza a poesia, ninguém entende nada sobre poesia, mas uma incontável multidão de indivíduos escreve poemas.
Todos esses escritores (na maioria das vezes informais) seriam poetas não reconhecidos pela sociedade cultural e pelo mercado editorial (que nem pensa mais em poesia, já que poemas não são produtos de fácil comercialização)? Ou poucos deles seriam realmente poetas, no verdadeiro sentido da palavra?
Quando comecei a escrever poesia, aos 15 anos, usava tal atividade como válvula de escape. Depositava ali todos os meus problemas e desabafos, imaginando que estava escrevendo algo bastante importante e exclusivo. E é o que a maioria dos poetas atualmente faz. Embora tenha muita gente que escreva poesia só para aparecer. Tem gente que fala sobre flores, tem gente que fala sobre amor, tem gente que fala sobre sexo... A gama de assuntos é bem variada. E não importa a qualidade desses textos. Quem mais trabalha as relações sociais é quem mais vende livros*. (* Existem também aqueles escritores de internet, que têm uma imensa produção virtual e não têm nada publicado no papel.)
Refletindo sobre essas questões, fico procurando o meu lugar:
- Será que sou um dos poucos bons poetas, criando textos de real qualidade?
- Será que sou apenas mais um dos inúmeros que pensa ser um grande escritor?
- Será que meus livros têm valor ou apenas fiz papel de idiota, gastando um dinheiro que eu nem tenho?
Sem conseguir responder a qualquer uma dessas perguntas, o fato é que lançarei o meu próximo livro ainda neste ano (assim espero). E, embora esteja evoluindo muito como poeta, no presente momento não sei qual será o sentido mais coerente dessa produção, se será somente a minha quarta obra ou se será a última. Enfim, erro ou não, uma vez dado o primeiro passo com o "Humano Expresso", agora devo continuar a caminhada.
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