Eu luto, cada vez mais,
Pela arte de Marte:
Do planeta da sorte,
Não da estrela da morte!
Porque a da Terra se enterra,
Num furo sem futuro,
Com perdas morais.
Pois, nesse mundo imundo,
A paz não é capaz,
Da floresta nada resta,
Dinheiro é companheiro,
Beleza é impureza,
E o homem?
O homem não merece rimar com nada!
(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 12.)
"Pela arte de Marte" fala, sobretudo, sobre a minha descrença no ser humano, porque não valoriza a arte de qualidade, a qual permanece clandestina ao grande público, sendo a cultura difundida ao povo alienante e manipuladora. E esse é um contexto bastante interessante para o sistema capitalista, já que dispõe de pessoas ignorantes e passivas para usar (e não de indivíduos sábios e questionadores, que poderiam causar problemas). Além disso, o homem transforma esse mundo em um imundo, repleto de violência, destruição, injustiças, crueldade, entre outras coisas. Desse modo, essa gente não merece rimar com nada.