Conteúdo proibido, por razões que é melhor não comentar.
(Quem leu o post deste dia leu. Quem não leu, não lerá nunca mais.)
domingo, 31 de outubro de 2010
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Não sei
Eu sei que é bom dormir
Não sei se é bom pensar
Não sei se é bom fingir
Eu sei que é bom amar
Eu sei que é bom dormir
Dormir p'ra não pensar
Pensar em ser feliz
P'ra nunca mais sofrer
Não sei se é bom viver
Talvez seja tolice
Por ser tão vulnerável
Ao que ela diz
MENDEL, G. M. Humano expresso. Erechim-RS: EdiFAPES, 2007.
Dormir é confortável. É confortável, porque faz com que não pensemos nas pedras no meio dos caminhos que percorremos. Caminhos que percorremos, desconhecidos ou conhecidos. O desconhecidos nos trazem novas perguntas e novos desafios. Os conhecidos nos trazem o tédio, a preguiça e o conformismo. O tédio é um veneno lento, pois mata aos poucos. A preguiça envelhece, pois subtrai a vitalidade que ainda resta em nossos corpos. E o conformismo é confortável, pois não nos proporciona riscos nem angústias - mas acaba com a graça do viver.
***
O poema diz muito mais do que isso que eu coloquei acima. Contudo, não escrevi o que escrevi a título de comentário, mas de complementação.
Não sei se é bom pensar
Não sei se é bom fingir
Eu sei que é bom amar
Eu sei que é bom dormir
Dormir p'ra não pensar
Pensar em ser feliz
P'ra nunca mais sofrer
Não sei se é bom viver
Talvez seja tolice
Por ser tão vulnerável
Ao que ela diz
MENDEL, G. M. Humano expresso. Erechim-RS: EdiFAPES, 2007.
Dormir é confortável. É confortável, porque faz com que não pensemos nas pedras no meio dos caminhos que percorremos. Caminhos que percorremos, desconhecidos ou conhecidos. O desconhecidos nos trazem novas perguntas e novos desafios. Os conhecidos nos trazem o tédio, a preguiça e o conformismo. O tédio é um veneno lento, pois mata aos poucos. A preguiça envelhece, pois subtrai a vitalidade que ainda resta em nossos corpos. E o conformismo é confortável, pois não nos proporciona riscos nem angústias - mas acaba com a graça do viver.
***
O poema diz muito mais do que isso que eu coloquei acima. Contudo, não escrevi o que escrevi a título de comentário, mas de complementação.
É isso...
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Inconseqüência conseqüente
Algo ainda me mantém em pé
Não sei até quando
Não compreendo a razão
Algo ainda me mantém em pé
Não sei a razão
Não compreendo até quando
Algo ainda me mantém... até quando?
Não compreendo a razão
Cortaram meus pés
Porque algo ainda me mantém razoável
Por ser tão compreensivo
Pela falta de pés
Os pés? Atiraram na minha testa
Para ver se eu caía
Pela falta de razão
No entanto... ainda não compreendo!
Como tudo pode ser tão razoável
Se não tem pé nem cabeça?
MENDEL, G. M. Humano expresso. Erechim-RS: EdiFAPES, 2007.
"Inconseqüência conseqüente" é o meu poema favorito do primeiro livro. Até hoje eu sou fascinado por ele, e acredito que isso se deva ao fato de ele retratar muito bem aquilo que busco em meus textos: ousadia, insanidade questionadora, dizer de maneira criativa aquilo que se quer dizer e, o mais importante de tudo, simplicidade.
Aprecio enormemente os escritores que conseguem criar textos fantásticos por meio de uma escrita simples e suave, porém emocionante e significativa - assim como o Quintana e o Neruda faziam. Na minha modesta opinião e preferência, esses dois são alguns dos que representam o que é a poesia de verdade. Mas claro, isso "na minha modesta opinião e preferência" - sem querer desmerecer outras opiniões e preferências.
***
Certa feita, quando eu era um pouco mais jovem e muito mais besta - e tinha acabado de publicar o "Humano Expresso", postei - todo confiante - esse poema numa comunidade de poesia do Orkut. Nossa! Visitava constantemente a postagem para ver se alguém tinha comentado algo a respeito. Então, numa oportunidade, descobri que um monte de gente havia comentado - o que me deixou extremamente animado e emocionado. Mas, no momento em que comecei a ler o que haviam escrito, me enxerguei como sendo o pior lixo do mundo. Senti vontade de morrer, de acabar com os exemplares restantes da obra, bem como de nunca ter inventado essa história de publicar os meus pobres e podres rascunhos.
Não sei até quando
Não compreendo a razão
Algo ainda me mantém em pé
Não sei a razão
Não compreendo até quando
Algo ainda me mantém... até quando?
Não compreendo a razão
Cortaram meus pés
Porque algo ainda me mantém razoável
Por ser tão compreensivo
Pela falta de pés
Os pés? Atiraram na minha testa
Para ver se eu caía
Pela falta de razão
No entanto... ainda não compreendo!
Como tudo pode ser tão razoável
Se não tem pé nem cabeça?
MENDEL, G. M. Humano expresso. Erechim-RS: EdiFAPES, 2007.
"Inconseqüência conseqüente" é o meu poema favorito do primeiro livro. Até hoje eu sou fascinado por ele, e acredito que isso se deva ao fato de ele retratar muito bem aquilo que busco em meus textos: ousadia, insanidade questionadora, dizer de maneira criativa aquilo que se quer dizer e, o mais importante de tudo, simplicidade.
Aprecio enormemente os escritores que conseguem criar textos fantásticos por meio de uma escrita simples e suave, porém emocionante e significativa - assim como o Quintana e o Neruda faziam. Na minha modesta opinião e preferência, esses dois são alguns dos que representam o que é a poesia de verdade. Mas claro, isso "na minha modesta opinião e preferência" - sem querer desmerecer outras opiniões e preferências.
***
Certa feita, quando eu era um pouco mais jovem e muito mais besta - e tinha acabado de publicar o "Humano Expresso", postei - todo confiante - esse poema numa comunidade de poesia do Orkut. Nossa! Visitava constantemente a postagem para ver se alguém tinha comentado algo a respeito. Então, numa oportunidade, descobri que um monte de gente havia comentado - o que me deixou extremamente animado e emocionado. Mas, no momento em que comecei a ler o que haviam escrito, me enxerguei como sendo o pior lixo do mundo. Senti vontade de morrer, de acabar com os exemplares restantes da obra, bem como de nunca ter inventado essa história de publicar os meus pobres e podres rascunhos.
Os comentários eram todos bastante negativos, ridicularizando gigantescamente o texto. Contudo, descobri uma crítica positiva no meio de todas aquelas agressões. Era de uma moça do Rio de Janeiro. Comecei a "conversar" seguidamente com ela e criamos laços de amizade (limitados aos muros da internet). Depois de algum tempo, a guria, que também cursava Letras, mostrou-se uma excelente poetisa (cujos textos me enchem de admiração até hoje), tornou-se uma grande incentivadora dos meus escritos e, por conta disso, mereceu ter seu nome inserido na lista dos agradecimentos de meu mais novo livro, o "Sobretudo". (Mas, infelizmente, não pude dizer isso a ela, tendo em vista que perdi contato com ela ao cancelar a minha conta no Orkut - o que é um fato lamentável, uma vez que eu gostaria de acompanhar os avanços em sua carreira.)
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Abnegação
Não há mais calma
Não há mais amor
Sinto o peso da alma
Sinto tanto pavor
Não há mais verão
Não há mais calor
Sinto o peso do vão
Sinto tanto pavor
Não há mais poesia
Não há mais furor
Sinto tanta histeria
Sinto tanto pavor
Não há mais beleza
Não há mais pureza
Sinto o peso da dor
Sinto tanto pavor
MENDEL, G.M. Humano expresso. Erechim-RS: EdiFAPES, 2007.
Depois de algum tempo que comecei a guardar os poemas que escrevia, com o sonho de publicá-los em livro, eu fiquei desacreditado e parei de escrever. Não estava mais gostando dos meus textos, não pensava mais que conseguiria lançar uma obra, esse tipo de coisa deprimente.
De repente, eis que chega em Erechim o meu único irmão, mais velho, morador de PoA (exatamente o lugar onde ele nasceu), para uma rápida visita. E, durante essa estadia, me incentiva a continuar com os escritos, pois ele gostava muito dos meus textos e sempre me apoiava. (Ainda faz isso, com bastante competência inclusive - mas o presente não cabe num comentário sobre um poema passado...) Então, eu, que sempre fui imensamente ligado ao meu irmão, considerei os seus conselhos e lapidei "Abnegação", com as ferramentas toscas e as mãos canhotas que eu tinha em maior intensidade na época.
E acabei gostando demais do texto, o que me deu uma enorme injeção de ânimo para seguir em frente.
***
Até hoje não considero "Abnegação" um texto ruim. Mas atualmente as minhas atenções se voltam apenas ao "Sobretudo".
Até!
Não há mais amor
Sinto o peso da alma
Sinto tanto pavor
Não há mais verão
Não há mais calor
Sinto o peso do vão
Sinto tanto pavor
Não há mais poesia
Não há mais furor
Sinto tanta histeria
Sinto tanto pavor
Não há mais beleza
Não há mais pureza
Sinto o peso da dor
Sinto tanto pavor
MENDEL, G.M. Humano expresso. Erechim-RS: EdiFAPES, 2007.
Depois de algum tempo que comecei a guardar os poemas que escrevia, com o sonho de publicá-los em livro, eu fiquei desacreditado e parei de escrever. Não estava mais gostando dos meus textos, não pensava mais que conseguiria lançar uma obra, esse tipo de coisa deprimente.
De repente, eis que chega em Erechim o meu único irmão, mais velho, morador de PoA (exatamente o lugar onde ele nasceu), para uma rápida visita. E, durante essa estadia, me incentiva a continuar com os escritos, pois ele gostava muito dos meus textos e sempre me apoiava. (Ainda faz isso, com bastante competência inclusive - mas o presente não cabe num comentário sobre um poema passado...) Então, eu, que sempre fui imensamente ligado ao meu irmão, considerei os seus conselhos e lapidei "Abnegação", com as ferramentas toscas e as mãos canhotas que eu tinha em maior intensidade na época.
E acabei gostando demais do texto, o que me deu uma enorme injeção de ânimo para seguir em frente.
***
Até hoje não considero "Abnegação" um texto ruim. Mas atualmente as minhas atenções se voltam apenas ao "Sobretudo".
Até!
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
O Circo da Democracia
O Lula foi eleito
E todos acharam graça.
O Tiririca foi eleito
E ninguém mais riu.
Este é o efeito...
Bem-feito, Brasil!
E todos acharam graça.
O Tiririca foi eleito
E ninguém mais riu.
Este é o efeito...
Bem-feito, Brasil!
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