sexta-feira, 18 de julho de 2014

Posição de Exposição

Lá seguia
O quase-belo,
Entrecortando
A paisagem reinante,
Onde seres-padrão
Aportavam, apontavam...
Com sua imagem
Em segurança,
Abrigados na moda
Daquele instante.

Lá continuava
O quase-belo,
Entrecortando
A paisagem reinante,
Onde homens-bala
Sem direção
Bloqueavam o caminho
E ditavam a lei,
Embebidos em
Certezas comuns.

Lá seguia
O quase-belo...
Lá se ia
O quase-belo.


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 67.)

sábado, 12 de julho de 2014

O sentido

Acordo e te vejo ao meu lado –
Agora sim é que eu desperto para a vida.
Foi tanto tempo sem poder sorrir por dentro...
Mas hoje sei o que é a tal felicidade.

Você é completa e assim me completa.
Você é perfeita neste amor perfeito.
Nós fomos feitos para um mundo mais doce,
Sempre sonhando, querendo que fosse...

Nosso destino é salvar um ao outro
Desta estrada que nos guia ao fim,
Transformando-a numa trilha de flores,
Que nos permita caminhar sem temor.


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 66.)


Esse é mais um poema dedicado à minha namorada.

***

Como vocês puderam constatar, hoje modifiquei o nome, a descrição e o endereço do blog. Na realidade eu já deveria ter feito isso antes, mas nunca encontrava algo apropriado. Então, apenas fui sincero, descrevendo o que escrevo aqui: desabafos e declarações de amor. Espero que aprovem esse novo nome, que, pelo menos, não terei vergonha de pronunciar, como o anterior.

sábado, 5 de julho de 2014

Muito estudo para pouca sabedoria

A ciência é paranoica
E contra a vida.
Faz experiências,
Mas proíbe o experimentar.

Quanto mais previne
Os males do corpo,
Mais provoca
Os males da mente.
E...
Quanto mais provoca
Os males da mente,
Menos previne
Os males do corpo.

Assim, segue o ser humano,
Repleto de crenças,
Medos e esperanças,
Regrado e tecnificado
Com
Religião e ciência,
Saúde e doença,
Alegria e tristeza,
Rumos e rédeas...


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 65.)

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Dias de saudade

I

Noctívaga,
Quando já éramos um,
Partiram-nos em dois,
Transformando nossas noites de lua
Em dias desertos e perdidos.
Agora, persisto errante a vagar,
Esperando pelos momentos
Em que nos uniremos outra vez...

Para formar o amor pleno –
Incompreendido pelos mortais,
Mas presente na natureza,
Gerando a essência da vida.

II

Noctívaga,
Quisemos morar na noite,
Entre corujas e morcegos,
Onde todos têm medo de tudo.
Porém, nos trouxeram para a claridade,
No seio onde tudo funciona (e impulsiona)
E nada para (para nada),
No meio de engrenagens circulares,
Onde o amor e a paixão não mais existem.

No entanto, resistamos a tudo e a todos,
Suportando até o primordial marco
Em que as correntes umbilicais
Não mais nos enforquem.


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 60-61.)


Dentre os poucos poemas românticos que escrevi, considero esse o melhor. 



Dedicado à minha namorada.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

O desafio do tempo

Os segundos sem você pesam como horas.
As horas contigo voam como segundos.
Driblar o tempo é o nosso maior desafio.
E o desafio do tempo é nos separar.

A paixão não combina com a rotina:
A correria do dia acaba com o carinho no dia.
A vida, então, pinta de cinza nossos pulsares rubros,
Enquanto o amor tinge de vermelho essa vida sem cor.


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. EdiFAPES, 2010. p. 57.)


À minha muito amada namorada...