quinta-feira, 24 de março de 2011

Meu medo é mesmo cego!

O medo que eu tenho
É o mesmo que o seu
O mesmo que eu sou
É o medo que eu tenho

Eu tenho o mesmo medo
Que você me ensinou
Eu temo tudo aquilo
Que o tempo esqueceu

Meu medo é tão cego
Que não pode enxergar
A causa desse medo
Que a cegueira enviou

É fácil ter um medo
Quando o medo quer você
É fácil ser um cego
Quando a vida é sem porquê


MENDEL, G. M.. Humano impresso. Erechim-RS: EdiFAPES, 2008.


Eu gosto desse poema, porque é um texto jocoso, mas profundo. Só que não vou cometer o crime de interpretá-lo, pois isso acabaria com a riqueza dessas estrofes. Enfim, acredito que fui infinitamente feliz na construção desse poema - surgido com certa naturalidade. Simplesmente veio... e o meu trabalho foi apenas o de transcrevê-lo para o papel. É assim que surgem os melhores poemas, as melhores ideias, as melhores iniciativas.

Espero que todos tenham gostado e compreendido as mensagens explícitas e implícitas nesses versos.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Problemas

Problemas me assombram!
Não me deixam dormir.

Problemas me arrastam
Para um lugar sem mim.

Problemas me afogam!
Não me deixam existir.

Problemas são só problemas!
O que me faz ser assim?



MENDEL, G. M.. Humano impresso. Erechim-RS: EdiFAPES, 2008.


Esse é outro poema que nasceu como música. Em seu formato original, tinha inclusive uma melodia bastante interessante.

Porém, levando em conta o meu insucesso como músico e, estudando a carreira que eu estava (estou) construindo como poeta, percebi que essa composição daria um bom poema. Por isso, lancei mais uma letra de música como poema. E espero que tenha tomado uma decisão acertada.

terça-feira, 1 de março de 2011

O lado bom da vida

O lado bom da vida é viver!
Sobreviver fazendo o que se gosta.

O lado bom da vida é sonhar!
Para esquecer que um dia você vai dormir para sempre.

O lado bom da vida é construir!
Para esquecer que você também é capaz de destruir.

O lado bom da vida é lembrar!
Para não se esquecer dos momentos felizes.

O lado bom da vida é crescer!
Evoluindo intelecto, evoluindo corpo.

O lado bom da vida é envelhecer...
Sabendo que valeu a pena escrever sua autobiografia.

O lado bom da vida é morrer...
Sabendo que você faz falta para muita gente.



MENDEL, G. M.. Humano impresso. Erechim-RS: EdiFAPES, 2008.


Esse texto agrada a muita gente, pois é profundo e positivo.

***

Só isso por hoje...

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Entendendo você

Você é gente!
A gente é você!

Você é uma coisa!
As coisas são você!

Quando você esquecer,
Esquecer de você!
Quando você estiver,
Estiver por aí!

Satânicos...
Vão parecer (seus atos)!
Orgânicos...
Vão parecer (seus traços)!

Para você entender,
Entender o porquê?
Para você se render,
Se render e vencer!

Satânicos, orgânicos...
Insensatos!

Mecânicos, eletrônicos...
Malditos!



MENDEL, G. M.. Humano impresso. Erechim-RS: EdiFAPES, 2008.


O poema "Entendendo você" nasceu como uma letra de música. Na realidade, só não virou música porque não tenho habilidade para musicá-la. Ou melhor, o ritmo até já existe - e é algo do tipo Titãs do começo da carreira. Porém, o que falta é capacidade para tocá-la e gravá-la.

Nunca consegui ler esse texto como poema, tendo em vista que, basta ele surgir na minha frente, o ritmo da "música" vem a minha mente. Inclusive, as partes entre parênteses, meio sem sentido em se considerando o poema, seriam os trechos em que entraria o backing vocal.

***

O fato é que vários dos poemas que já produzi recebi¹ como canções. No entanto, por falta de recursos humanos e materiais, transformei-as em textos poéticos, de modo a facilitar a sua divulgação.

É isso.


___

1 Digo "recebi" atentando ao fato de que, quando crio um poema do qual realmente gosto, parece que ele surge de outro, como se eu estivesse possuído ou fosse uma espécie de Chico Xavier.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Eu sou

Eu sou filho de outros tempos
Quando o sol brilhava mais
E o céu era o limite

Eu sou sujeito de uma vida
Iluminada pelo sol
E ofuscada pelo céu

Eu sou gente como tu
Tentando ser um sol
Tentando ser um só...
Limitado pelo céu

Eu sou produto social
Que não tem medo do fogo do sol
Que não se contenta com os limites do céu
Mas que tem medo da frieza de um só




MENDEL, G. M.. Humano impresso. Erechim-RS: EdiFAPES, 2008.


Esse poema é realmente sobre mim. Nele eu exponho toda a minha determinação e a minha impaciência.

* Julgo ser determinado, porque essa característica já me levou a grandes coisas: emagreci mais de 20kg em menos de três meses (quando tinha 15 anos); publiquei meus livros (banhados a suor); sou poeta e não desisto nunca; etc.

* Julgo ser impaciente, porque preciso sempre de resultados imediatos, de pouca complicação: se não fosse pelos meus pais, provavelmente eu não teria terminado nenhum dos cursos que já fiz e não terminaria o que estou fazendo, levando em conta que desisti do curso de violão, do curso de baixo... não terminei nem a catequese, e assim por diante.

E não me condeno por isso. Pois, a princípio nós só temos uma vida. Assim, não carece ficar enrolando com muita coisa.

***

Eu não preciso de muito para viver: necessito da minha família, da mulher que amo, das coisas pelas quais prezo (livros, DVDs, CDs; ou seja, injeções de ânimo), de um trabalho que não me aprisione muito, de um lugar próprio para morar, de um carro simples e sem problemas para me locomover, de tempo para me exercitar, de tempo para relaxar e, como resultado de tudo isso, paz.


É isso.