sexta-feira, 10 de outubro de 2014

04- Entretanto (30/12/2009)

Entre a faca no peito
E o beijo no rosto.
Entre o tal desespero
E mesmo o fim do desgosto.
Entre o respeito de fato
E o assassinato do ser.
Entre a força do ato
E a dor de sofrer.

Viver entretanto,
Entre tudo viver.


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 83.)

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

03- Metrônomo (07/12/2009)

A torneira pingando
É o metrônomo
Da indiferença.

O coração batendo
É o metrônomo
Da existência.

O trovão furioso
É o metrônomo
Da fraqueza.

O fim de tudo
É o exato término
Da verde música.


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p.82.)

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

02- Números & Letras (25/11/2009)

Quando se tem
Possibilidades inumeráveis
Não se sabe se 60,
Não se sabe o que 70.
Desse modo,
Não se sabe o que se é:
IMPOTENTE ou IMPONENTE.

Então, caro amigo, tente
E seja imponente consigo mesmo.
Pois, quem muito 60
Acaba impotente,
Sem conseguir levantar.


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 81.)

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

01- Quando chove (05/11/2009)

Os próximos poemas foram publicados no livro "Sobretudo" (2010) na seção "Poemas anexos"*, que receberam esse nome por eu tê-los escrito depois de a obra estar finalizada, enquanto aguardava alguns detalhes burocráticos ficarem prontos. Todos têm a data de produção, prática que continuei adotando no "Entretanto" (2013), pois isso agradou ao meu pequeno público.



Quando chove
Todas as canções soam tristes,
Pois as notas choram
A falta de sorrisos.
(Bem! Pelo menos o meu...)

Eu não gosto de chuva!
Acho que dançar na chuva
É algo impossível para mim.
(Assim como dançar no seco...)

Talvez eu não tenha o impulso necessário;
Talvez eu não saiba seguir os passos;
Talvez eu não possa me libertar;
Mas talvez eu não precise socializar emoções.



(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 80.)



* São 10 textos ao todo, mas ainda não sei se postarei todos aqui no blog.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Poema poeirento

A Monalisa sorri
no infinito.
Jane Austen escreve
um livro invisível.
Raul Seixas compõe
o nosso silêncio.
Karloff interpreta
seu papel mais temido.

É o resto de tudo,
É a soma de nada.

São as perguntas
sem resposta,
a pequeneza
humana

emana o drama...


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 77.)