Tentamos lutar contra o sono,
mas ele sempre nos derruba.
Enquanto cumprimos
inadiáveis compromissos
feito zumbis amestrados,
a vida nos passa pra trás,
disposta e convidativa.
(Des)esperamos por
um tempo livre.
Tentamos lutar contra o sono,
mas ele sempre nos derruba.
Enquanto o tempo escoa
pelo nosso funil,
tomamos os feriados
como analgésicos receitados;
alucinógenos calmantes
que engolimos, ano a ano,
em doses homeopáticas.
Tentamos lutar contra o sono,
mas ele sempre nos derruba,
transportando-nos ao universo
das fantasias não vividas.
(MENDEL, G. M. Doravante. Erechim-RS: AllPrint Varella, 2019.)
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