[...]
(tu-tu-tu-tu-tu...)
- Droga! Deve tá na internet!
{5 minutos depois}
(tu-tu-tu-tu-tu...)
- Ah! Esperei poco!
{30 minutos depois}
(tuuu... tuuu...)
- Alô!?
- Aê! Consegui falá contigo!
[...]
MENDEL, G. M.. Humano impresso. Erechim-RS: EdiFAPES, 2008.
Os três poemas que publiquei na obra "Humano Impresso" sob o título de "Poesia Cotidiana" resultaram de uma experiência frustrada. Eu quis retratar simples fatos cotidianos apropriando-me de sinais gráficos e figuras de linguagem, de modo a dar a esses acontecimentos uma cara de poesia. No entanto, após a publicação do livro, notei que as pessoas não entendem e/ou não gostam desses poemas. E eu, acertadamente, não persisti no erro de tentar criar mais textos desse feitio. Mesmo assim, irei postá-los aqui.
O texto "Fios de cobre" apresenta uma situação onde um interlocutor está fazendo uma ligação via telefone fixo para outro indivíduo, porém, não consegue concretizá-la, porque o destinatário estava conectado na internet - segundo as deduções do interlocutor que efetuou a chamada.
Por um lado, esse poema é histórico, já que registra o que normalmente ocorria no tempo da internet discada, uma tecnologia ultrapassada atualmente. Mas, por outro, não tem qualquer relevância dentro da literatura (pelo visto), sendo apenas um modesto gracejo infeliz dentro de uma pretensa obra literária.
Bem, é isso.
Até mais, pessoal!
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