segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Heróis (09/08/2012)

O mundo está cheio de heróis.
Mas não deveria ser assim.
Deveria ser dado a eles
O nobre direito
De serem somente
Homens comuns.



(MENDEL, G. M.. Entretanto. Erechim-RS: AllPrint Varella, 2013.)



- Quem são os heróis cotidianos? 
- Quem são os seres humanos dignos de respeito? 
- Do que você realmente seria capaz?

Infelizmente, pode-se perceber a existência menor de heróis do que vilões em nossa sociedade. Porque fazer o bem dá trabalho e, muitas vezes, não traz recompensas materiais, nem visibilidade.

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Poeminha lógico (05/08/2012)

Quem fala com a consciência
Conversa com Deus.
Logo, quem tem consciência
Tem Deus consigo.
E quem não a tem
Perde-se nos confins
Do Inferno existencial.



(MENDEL, G. M.. Entretanto. Erechim-RS: AllPrint Varella, 2013.)

domingo, 24 de julho de 2016

Um lixo (13/07/2012)

O lixeiro não se acha
Um lixo.
Ele acha que o lixo
Nunca fica limpo,
Nem o reciclável;
Uma vez lixo,
Sempre lixo.

***

O lixeiro toma banho
A cada meia hora,
Pois teme que o cheiro do lixo
Lhe tire a dignidade
E lhe acostume
Ao asco social.



(MENDEL, G. M.. Entretanto. Erechim-RS: AllPrint Varella, 2013.)

sábado, 9 de julho de 2016

O nó da garganta (02/07/2012)

O céu derrama por mim
As lágrimas que já não posso.
Nesta sina zombeteira,
Tive bons (poucos) momentos –
Mas as pancadas fixaram em mim
O gosto amargo de dor-raiva-cansaço.

Pois bem!
Enquanto o céu está aos prantos,
Caminho sem saber o motivo,
Sonhando com paz e invisibilidade,
Rumo ao incerto da indiferença.



(MENDEL, G. M.. Entretanto. Erechim-RS: AllPrint Varella, 2013.)



Em um período que estou relativamente bem, é meio estranho postar um poema tão triste. Mas, às vezes, a tristeza se apodera de mim e me faz escrever coisas desse tipo. Não hoje!

terça-feira, 21 de junho de 2016

Minúsculas impressões (18/05/2012)

A pobreza tem um cheiro amargo
A miséria tem cheiro de esgoto
A pobreza tem gosto de pão puro
A miséria tem gosto de pão podre
O pobre se sente bem pouco
O miserável se sente um nada
O pobre se acha um miserável
O miserável só procura o que comer



(MENDEL, G. M.. Entretanto. Erechim-RS: AllPrint Varella, 2013.)