sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Você aprende depois que começa

A vida não dá
Tapinhas nas costas,
Nem diz "Olá!"
Para ninguém.

Deus não dá
Tapinhas nas costas,
Nem diz "Filhão!"
Para ninguém.

Na vida persiste
Quem dá as cartas.
E Deus só assiste
Quem tira as farpas.

Não há muito tempo
Pra ver como funciona.
Quanto mais se observa,
Menos se participa.

E você acaba ficando de fora...



(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 74.)

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Diagnóstico

Eu tenho pressa!
Não sei identificar
Se isso é um defeito
Ou se é uma qualidade.
Mas sei que eu gostaria
De ter menos pressa...
E ter mais tempo.

***

Há muita coisa para se fazer neste mundo.
E
Há muita coisa que eu gostaria de fazer neste mundo!
No entanto,
Não tenho tempo -
Apesar de ter pressa.

Solução para isso não existe.
Creio que morrerei angustiado,
Insatisfeito,
Sem ter estado por inteiro...

***

Estou ausente neste mundo.
Parece que vivo num sonho.
Só, por favor...
Não me façam acordar muito logo!


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 73.)

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Resultado do 1º Concurso de Resenhas

Aqui estão os textos vencedores do 1º Concurso de Resenhas da E.M.E.F. Luiz Badalotti, de Erechim-RS. Na ocasião, participaram alunos do 9º ano da escola, que produziram resenhas sobre a obra "Entretanto", de minha autoria.



1º lugar:

O livro “Entretanto”, de Guilherme Mossini Mendel, contém quarenta poemas direcionados a adultos, com uma linguagem mais complexa, por serem palavras um tanto desconhecidas no nosso cotidiano; e, também, contém dez poemas de literatura infantil, com uma linguagem que chama a atenção dos pequenos, por sua musicalidade. Além disso, ambas as categorias contam com poemas curtos em extensão e claros em seu significado.
Um livro que é escrito buscando atender a pessoas de todas as faixas etárias, alcançando  todas as classes de vida dos indivíduos, sejam elas financeiras ou sociais. Por isso, digo que gostei da obra, dos seus textos que nos fazem, de alguma forma, pensar na realidade e no mundo em que vivemos.

(Anderson Lazzarotto – Turma 82)

2º lugar:

“Entretanto” é um livro de poemas pequenos, mas têm histórias fantásticas, que falam sobre nosso cotidiano, com títulos meio malucos. Os textos são para todas as idades: crianças, adolescentes e idosos.
Identifiquei-me muito com o poema “Ainda sou uma criança”, pois quem não tem uma criança dentro de si? Uns escondem, outros não.  E é muito bom ser criança e ver as coisas com uma certa inocência!
Eu não gostava de poesia até ler esses poemas. Às vezes temos uma surpresa com um livro. E foi o que aconteceu quando li essa obra. Ela não é extensa. Acho até que foi isso o que me chamou mais a atenção, uma vez que, com poucos poemas, o leitor consegue obter uma visão de tudo o que acontece ao nosso redor, e que, às vezes, não percebe.
As rimas são simples, mas muito boas (ótimas, na verdade). Quando li o título, não o achei muito interessante. Contudo, com o passar das páginas, ele foi se esclarecendo na minha mente e, no final, pensei que o mesmo foi muito bem pensado.
“Entretanto” tem cinquenta poemas, sendo que dez, dentre eles, são infantis. Todavia, não os achei adequados apenas às crianças, e sim a todas as idades.

(Jéssica Kanigoski – Turma 81)


A obra “Entretanto”, de Guilherme Mossini Mendel, é dividida em duas partes: a primeira com quarenta poemas e a segunda com dez. Na mais extensa o autor fala sobre coisas que ocorrem no nosso cotidiano e a restante é composta por poemas infantis.
Os primeiros quarenta textos tratam dos amores da vida, da internet, de animais e de muitas outras coisas boas para que o leitor possa conferir. Os outros discorrem sobre assuntos interessantes ao universo infantil.
O livro, na minha opinião, é muito bom. Gostei bastante do fato de que há uma parte endereçada às crianças. Enfim, para quem quiser ler, eu aconselho “Entretanto”.

(Igor Daniel Dall Agnol – Turma 81)

3º lugar:

O livro “Entretanto”, de Guilherme Mossini Mendel, trata de textos poéticos para adultos e crianças.
Nos textos, o autor expressa fatos que ocorrem na realidade. Por exemplo, o poema “Samba triste ao porvir” é bem real na vida das pessoas, porque, atualmente, elas se arrependem de não ter vivido parte de suas vidas, ou melhor, de não terem feito algumas coisas, colocando a culpa na existência, como diz parte do texto (“Acho que a vida está cada vez pior”). Outro poema que me chamou a atenção é “Ainda sou uma criança”, pois há muitos indivíduos que se consideram adultos, mas que, na verdade, não passam de crianças que têm responsabilidades de adultos.
Por fim, os leitores que gostariam de sentir melhor a realidade deveriam ler essa obra, pois notariam a importância que certas coisas têm e a falta que elas fazem. Pode ser que, dessa forma, eles se dariam em conta do quanto precisaríamos mudar.

- Guilherme Mossini Mendel é um poeta de Erechim/RS.

(Taiani Ferreira da Silva – Turma 82)

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Ser o quê?

Às vezes é complicado
ser um humano.
O melhor seria
ser um animal.

Mas também é complicado 
ser um animal
num mundo controlado
por seres humanos.

Pensando bem,
neste mundo
seria melhor
não ser.


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 72)


Esse poema é extremamente depressivo, mas eu o adoro.

Fi-lo (que estranho) durante aqueles momentos em que fico refletindo a respeito das besteiras e crueldades que o ser humano comete - principalmente, nesse caso, com os animais.

Na maioria das ocasiões, encontro muito mais humanidade no meu cachorro do que no meu vizinho. E isso me dá uma vergonha imensa de ter nascido como um ser humano. Por outro lado, encarnar como um animal (conforme muitas crenças discorrem) seria sofrer as torturas impostas pelo homem sem poder se manifestar.

Então, em meio a essas divagações, não soube mais o que seria melhor. O melhor, na realidade, seria não ter de pensar nesse tipo de coisa.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Sobre procuras e encontros

Eu não me acho!
Se me achasse
Não seria poeta,
Nem espectador.

Quem muito se encontra
Não tem o que perguntar...
Não tem o que desvendar...
Não tem o que transformar...

E acaba cru no meio!


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 70.)