sexta-feira, 27 de junho de 2014

Dias de saudade

I

Noctívaga,
Quando já éramos um,
Partiram-nos em dois,
Transformando nossas noites de lua
Em dias desertos e perdidos.
Agora, persisto errante a vagar,
Esperando pelos momentos
Em que nos uniremos outra vez...

Para formar o amor pleno –
Incompreendido pelos mortais,
Mas presente na natureza,
Gerando a essência da vida.

II

Noctívaga,
Quisemos morar na noite,
Entre corujas e morcegos,
Onde todos têm medo de tudo.
Porém, nos trouxeram para a claridade,
No seio onde tudo funciona (e impulsiona)
E nada para (para nada),
No meio de engrenagens circulares,
Onde o amor e a paixão não mais existem.

No entanto, resistamos a tudo e a todos,
Suportando até o primordial marco
Em que as correntes umbilicais
Não mais nos enforquem.


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 60-61.)


Dentre os poucos poemas românticos que escrevi, considero esse o melhor. 



Dedicado à minha namorada.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

O desafio do tempo

Os segundos sem você pesam como horas.
As horas contigo voam como segundos.
Driblar o tempo é o nosso maior desafio.
E o desafio do tempo é nos separar.

A paixão não combina com a rotina:
A correria do dia acaba com o carinho no dia.
A vida, então, pinta de cinza nossos pulsares rubros,
Enquanto o amor tinge de vermelho essa vida sem cor.


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. EdiFAPES, 2010. p. 57.)


À minha muito amada namorada...

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Sobre pinturas, máscaras e medos

O palhaço só é palhaço
Quando se pinta.
As meninas também.


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 55.)

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Físico

Ansioso eu a olho.
Observo a profundidade de seu 1,60m.
Imagino o prazer em desfrutar de seu calor.

Então, penetro-a com jeito,
Para que tudo ocorra perfeitamente.
Começo o exercício; sinto-me vivo.

Entrego-me à minha paixão.
Assim, dou sentido à existência.
Sou nadador e adoro piscinas térmicas.


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 54.)

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Não se desfaça de si mesmo!

A vida é dura
Até quando ela durar.
O fim nos espera,
Mas não espere para vê-lo!

Se a solidão o acompanha
Você não está tão só.
Se sua alegria se desfez...
Não se desfaça de si mesmo!


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 53.)


Decidi postar esse poema porque ele é um dos meus poucos textos motivacionais...