segunda-feira, 28 de maio de 2012
DEVANEIO E INDEPENDÊNCIA - Poema Solto 01 (17/07/2007)
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
POESIA COTIDIANA 03 - REALIDADE
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
POESIA COTIDIANA 02 - RESULTADO
[...]
{6 horas e 25 minutos}
(tic-tac, tic-tac, tic-tac...)
* sono conturbado *
{6 horas e 30 minutos}
(trrriiinnn!!! / pãc)
- Ah, não!
* rotina *
{20 horas e 30 minutos}
* assistir TV *
passa, passa, passa, passa, passa...
{24 horas e 30 minutos}
* cansaço / insônia à remédio para dormir *
__________
[...]
MENDEL, G. M.. Humano impresso. Erechim-RS: EdiFAPES, 2008.
Segundo poema dos três textos da “Poesia Cotidiana”, “Resultado” mostra as consquências causadas pela atribulada rotina que o ser humano comum tem de enfrentar diariamente. Acorda, normalmente, muito cedo, sem ter dormido o suficiente para recompor as suas energias. Em seguida, precisa dar um pulo da cama e se preparar às pressas para não chegar atrasado ao trabalho – e, mesmo sem condições fisiológicas, emocionais e/ou psicológicas, deve passar o dia correndo, dando conta de uma boa porção de tarefas. Retorna para casa apenas no início da noite e tenta descansar e se distrair assistindo à televisão, sem encontrar um programa que o faça se sentir melhor. Por fim, tenta dormir, perturbado por um contraste de cansaço e insônia. Por isso, ingere um sonífero, procurando, através de medicamentos, galgar condições de levar a sua vida adiante. É mais ou menos isso.
*** Lá vai um pouco de intertextualidade! Abaixo está uma composição da banda paulista Inocentes, a qual combina perfeitamente com o poema postado acima:
INOCENTES – Rotina (1986)
Acorda cedo para ir trabalhar
O relógio de ponto a lhe observar
No lar esposa e filhos a lhe esperar
Sua cabeça dói, um dia vai estourar, com essa
Rotina (Rotina!) (x4)
Sua cabeça dói, não consegue pensar
As quatro paredes a lhe massacrar
Daria tudo pra ver o que acontece lá fora
Mesmo sabendo que não iria suportar essa
Rotina (Rotina!) (x4)
Até quando ele vai aguentar?
Até quando ele vai aguentar? (Rotina)
No lar sua esposa lhe serve o jantar
Seus filhos brincam na sala de estar
Levanta da poltrona e liga a TV
Chegou a hora do programa começar
Rotina (Rotina!) (x4)
O homem da TV lhe diz o que fazer
Lhe diz do que gostar, lhe diz como viver
Está chegando a hora de se desligar
A sua esposa lhe convida para o prazer
Rotina (Rotina!) (x4)
Até quando ele vai aguentar?
Até quando ele vai aguentar? (Rotina)
Rotina (Rotina!) (x4)
Até quando ele vai aguentar?
Até quando ele vai aguentar?
Obs.: Em 1999, os Titãs gravaram uma nova versão dessa música, em um álbum intitulado “As dez mais”, constituído somente por versões de composições de outros artistas.
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
POESIA COTIDIANA 01 – FIOS DE COBRE
[...]
(tu-tu-tu-tu-tu...)
- Droga! Deve tá na internet!
{5 minutos depois}
(tu-tu-tu-tu-tu...)
- Ah! Esperei poco!
{30 minutos depois}
(tuuu... tuuu...)
- Alô!?
- Aê! Consegui falá contigo!
[...]
MENDEL, G. M.. Humano impresso. Erechim-RS: EdiFAPES, 2008.
Os três poemas que publiquei na obra "Humano Impresso" sob o título de "Poesia Cotidiana" resultaram de uma experiência frustrada. Eu quis retratar simples fatos cotidianos apropriando-me de sinais gráficos e figuras de linguagem, de modo a dar a esses acontecimentos uma cara de poesia. No entanto, após a publicação do livro, notei que as pessoas não entendem e/ou não gostam desses poemas. E eu, acertadamente, não persisti no erro de tentar criar mais textos desse feitio. Mesmo assim, irei postá-los aqui.
O texto "Fios de cobre" apresenta uma situação onde um interlocutor está fazendo uma ligação via telefone fixo para outro indivíduo, porém, não consegue concretizá-la, porque o destinatário estava conectado na internet - segundo as deduções do interlocutor que efetuou a chamada.
Por um lado, esse poema é histórico, já que registra o que normalmente ocorria no tempo da internet discada, uma tecnologia ultrapassada atualmente. Mas, por outro, não tem qualquer relevância dentro da literatura (pelo visto), sendo apenas um modesto gracejo infeliz dentro de uma pretensa obra literária.
Bem, é isso.
Até mais, pessoal!