terça-feira, 24 de novembro de 2020

Dicas de filmes - Parte 1

Há algum tempo, uma grande amiga me instigou a comentar sobre os filmes que vejo. Naquele instante, estávamos conversando a respeito do blog onde teço considerações sobre os livros que leio (Um livro atrás do outro) e ela disse que seria uma boa ideia se eu fizesse o mesmo com filmes.

O tempo passou e a ideia permaneceu na minha memória. E, de uns dias para cá, desenvolvi motivação suficiente para elaborar uma proposta diferente. É o seguinte: eu não falarei nada a respeito dos filmes (por conta de algumas razões pessoais); apenas postarei listas, contendo cada uma cinco títulos que considero perfeitos em todos os aspectos. Essas relações não seguirão nenhuma ordem de preferência e surgirão esporadicamente, sempre que eu acumular mais cinco eleitos em minhas anotações.

Então, espero que gostem da ideia.


Sem mais delongas, segue a primeira lista:


01- "Demônio" (Devil), dirigido por John Erick Dowdle (2010);

02- "Amnésia" (Amnesiac), dirigido por Michael Polish (2014);

03- "O resgate de uma vida" (Cardboard Boxer), dirigido por Knate Gwaltney (2016);

04- "Alguém para dividir os sonhos" (The Saint of Fort Washington), dirigido por Tim Hunter (1993);

05- "Wall-E" (Wall-E), dirigido por Andrew Stanton (2008).


P.S.01: Fica o convite para que os meus prezados leitores pesquisem a respeito de cada um dos títulos selecionados e que, também, procurem meios para assisti-los.

P.S.02: Tive receio de acrescentar nem que fosse somente o trailer dos filmes aqui no blog, tendo em vista que não sei plenamente o que posso ou não fazer neste espaço.

P.S.03: Tentarei selecionar títulos não tão famosos, para não ser tão previsível. No entanto, em alguns casos, não poderei resistir, como vocês conseguiram constatar com o "Wall-E".

domingo, 15 de novembro de 2020

Passagem II (05/06/18)

O tempo nos passa.

Às vezes, até nos queima.

Às vezes, até nos estraga.

Quase sempre, nos endurece.


Recheamos o tempo

e ele nos enche.

Dominamos o tempo

e ele nos foge.


Observamos

a sua passagem

e, com ele,

vamos embora.




(MENDEL, G. M. Doravante. Erechim-RS: AllPrint Varella, 2019.)

domingo, 18 de outubro de 2020

Comida estragada (05/06/18)

A comida estragada

já não presta.

Não mais apetece,

apenas enoja.


A quem tu alimentas,

putrefato pão?

Tu não mais nutres

quem agora

só (mente)

te nutre desprezo.


Fruto do descaso,

descuido vegetativo;

desperdício de tempo,

sentimento de desolação.



(MENDEL, G. M. Doravante. Erechim-RS: AllPrint Varella, 2019.)

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Conto inútil

Javenci era porteiro do glorioso asilo "Esqueceram de Mim". Mal sabia escrever o nome e não lia nem placas de "PARE". Mas era ambicioso. Muito ambicioso. Queria subir na vida. Nem que fosse para se jogar. "Deixa a vida me levar".

Então, com essa ideia fixa, batalhou, suou e subiu, por meios bem brasileiros. Depois de alguns anos e de algumas escalas, chegou a diretor da instituição. Ainda falava "nóis fiquemo", usando, por outro lado, terno e gravata e perfume importado.

Com o passar do tempo, Javenci engordou corpo e patrimônio. Quilo por quilo, tijolinho por tijolinho. Trocou uma pequena casa de madeira no meio do lixo por um apartamento extravagante em bairro de luxo, e uma bicicleta velha de 18 marchas por um carro estrangeiro de R$ 180.000,00. "Deiz pra mim, dois pros véio", ao longo de sua afamada gestão. E o povo, se achando esperto e humano: "Olha só como ele ajuda os necessitados!..."

Ganhando confiança, sociável que era, foi escolhido o síndico do condomínio "Winners' Paradise", onde morava, flanava e flutuava. Deu-se de um jeito satisfatório com a gente da alta. De maneiras surpreendentes, eles eram similares ao nosso herói! Como sempre, Javenci não hesitou, portanto exitou. Podem acusá-lo de várias coisas, menos de covardia.

Até que lhe bateu uma inquietação: "Diretô de casa de cardade e síndo do difício tá bão, mah não me dá nome. Eu quer que meus pai sinta orgulo de mi; pro meu pai vê que não sô o fracassado imprestávio quele sempre diss."

Porém, e são inúmeros poréns, para qualquer cargo melhor, mais vistoso, era preciso, no mínimo, estudo demais e qualificação de dar medo. E ele não tinha tempo para estudar! Estudar leva tempo e dinheiro. Além disso, no nosso país, é de conhecimento geral que, enquanto uns estudam, outros recebem oportunidades.

Sendo assim, vieram as salvadoras eleições municipais. E Javenci conquistou a inestimável honra de ser candidato a vice-prefeito, por um partido honesto como qualquer outro. O nosso agraciado faria dupla com um experiente grã-fino, companheiro seu lá do prédio.

Durante a campanha, transformou-se na figura mais simpática e prestativa que já pisou neste planeta. Encheu muita barriga, pintou muita casa, preencheu muita vaga (de creche, de subemprego), beijou muito bebê (e mãe de bebê); ajudou muito cego a andar (de carro reformado) e muito surdo a cantar (de galo, para defendê-lo).

E venceu. Bem fácil até. Afinal, após tantas lutas e vitórias, ele já sabia o caminho. Bastava percorrê-lo.

O resto da história não é preciso contar. Vocês já estão fartos de escrevê-la.

domingo, 13 de setembro de 2020

Muito além do olhar (18/05/18)

Quando eu era pequeno,

assim que acordava,

permanecia de olhos fechados,

vislumbrando estradas

que se (me) confundiam.


Naquele tempo, não sabia

qual caminho escolheria.

Tudo me parecia

confuso e distante...

(E ainda me parece!)

Nesta tortuosa travessia

denominada vida.



(MENDEL, G. M. Doravante. Erechim-RS: AllPrint Varella, 2019.)