segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Apresentação do autor

(Tarefa solicitada para o Módulo II do curso PROINFO, oferecido pelo Núcleo Tecnológico Municipal, cujo objetivo é o aperfeiçoamento tecnológico dos professores da rede municipal de ensino de Erechim.)

* Nome: Guilherme Mossini Mendel
* Idade: 26 anos
* Profissão: professor de Língua Portuguesa
* Outras atividades: poeta
* Interesses: literatura, música, cinema, animais e esportes


quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Períodos demarcados

Meio-dia
E a melodia me cerca:
“Não precisa esperar
O sol te iluminar
Para começar a ser
Uma peça feliz.”

É de manhã
E o amanhã me responde:
“Não precisa esperar
O mestre te ensinar
Para começar a ser
Um eterno aprendiz.”

É madrugada
E amedrontada ela diz:
“Não precisa esperar
A tua chance chegar
Para começar a ser
Uma esperta atriz.”


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 17.)


"Períodos demarcados" surgiu a partir das rimas "meio-dia" e "melodia", "manhã" e "amanhã" e "madrugada" e "amedrontada". Em seguida, fui lapidando o restante dos versos, de modo a elaborar um poema rimado - pois entendia que, tendo surgido aquelas primeiras rimas, não podia ignorá-las e estragar a musicalidade do texto. Então, o produto final tornou-se um poema bastante musical e motivacional - o que é raro dentro da minha poética. E, em virtude de seu ritmo e teor, esse é um dos textos preferidos do público de "Sobretudo".

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Apelo moral

Ele vem assim,
Meio que de repente,
Só para me reprimir
Quando fujo do meu senso.

Então, permanece ali,
Até poder perceber
Que consegui suprimir
Aquela falta de freios.

É o golpe de consciência,
Que não permite voos livres,
Mas que sempre me sustenta
Como se eu fosse uma pandorga.


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 15.)


Escrevi "apelo moral", assim como alguns outros poemas da obra "Sobretudo", pensando na importância que a consciência tem em minha vida. Acredito que o indivíduo que ouve a sua consciência e, desse modo, mede a consequência de seus atos tem mais chances de se tornar uma pessoa melhor - e não apenas mais um idiota em meio a tantos que se vê por aí. Infelizmente, poucas pessoas ouvem a sua consciência, bem como são em número reduzido aquelas que pensam nos outros (sejam eles animais ou pessoas). Porque, atualmente, vivemos numa sociedade egoísta e fútil, em que os valores morais estão se perdendo completamente. Em qualquer lugar, são mais valorizados os indivíduos falsos e bajuladores do que aqueles que somente tentam fazer a sua parte bem feita e de maneira honesta. 

***

Finalizando, sei que não sou a melhor pessoa do mundo. Porém, pelo menos, tenho alguma dose de autocrítica (e isso me deixa maluco às vezes).

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Sanguessugas

Sanguessugas:
Cuidado com elas!
Basta você crescer um bocadinho
Que elas já te miram,
Te pulam em cima
E te sugam o sangue,
Até a última gota.

E depois de terem sugado a tua força
Elas te pisam na cara –
Só para terem certeza 
De que você não criará problemas.

***

Isso pode não ser um poema,
Mas, pelo menos,
É uma verdade.
É um alerta de amigo!

E, como dizem por aí:
“O mundo é dos vivos!”
Então...
Tome cuidado com eles!


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 13.)


O poema "Sanguessugas" refere-se aos indivíduos que desejam se aproveitar dos outros, absorvendo e usando tudo aquilo que considerarem útil nas pessoas e jogando no lixo o que restar. E, em verdade, o ato de usar o outro é a essência das relações humanas. Nós sempre usamos o próximo, seja para satisfazer um prazer, para acabar com a solidão, para conseguir uma informação, para nos afirmarmos como indivíduos, para aprendermos algo, entre outras situações.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Pela arte de Marte

Eu luto, cada vez mais,
Pela arte de Marte:
Do planeta da sorte,
Não da estrela da morte!
Porque a da Terra se enterra,
Num furo sem futuro,
Com perdas morais.

Pois, nesse mundo imundo,
A paz não é capaz,
Da floresta nada resta,
Dinheiro é companheiro,
Beleza é impureza,
E o homem?
O homem não merece rimar com nada!


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 12.)


"Pela arte de Marte" fala, sobretudo, sobre a minha descrença no ser humano, porque não valoriza a arte de qualidade, a qual permanece clandestina ao grande público, sendo a cultura difundida ao povo alienante e manipuladora. E esse é um contexto bastante interessante para o sistema capitalista, já que dispõe de pessoas ignorantes e passivas para usar (e não de  indivíduos sábios e questionadores, que poderiam causar problemas). Além disso, o homem transforma esse mundo em um imundo, repleto de violência, destruição, injustiças, crueldade, entre outras coisas. Desse modo, essa gente não merece rimar com nada.