O rapaz tinha ido a um bazar comprar um presente para sua avó, que estava de aniversário. Ele não ganhava muito no seu emprego modesto, mas queria encontrar algo de que a querida aniversariante iria gostar. Achou dois belos baleiros de vidro: um deles, bem mais ornado, custava R$ 20,00; o outro, mais simples, valia a metade do preço do primeiro. Como estava bastante apertado, decidiu-se pelo segundo, embora tivesse uma vontade imensa de ter dado o mais bonito a sua avó.
Então, no momento em que iria pegar o mais bem embalado dos baleiros mais baratos, acabou derrubando um outro exemplar deste mesmo tipo, que estava ao lado. Assustado, encaminhou-se ao caixa do estabelecimento e comprometeu-se a pagar pelo prejuízo. No momento do pagamento, entregou o objeto de R$ 10,00, juntamente com uma nota de R$ 20,00.
Já na rua, extremamente chateado, começou a pensar que aquele dinheiro a mais seria suficiente para pagar alguma distraçãozinha no fim de semana, como sorvetes e pastéis para ele e sua namorada. Além disso, e o pior de tudo, teria sido o bastante para comprar o baleiro mais caro, justamente o que ele queria.
Porém, lembrou-se de uma senhora rica que havia derrubado um copo de vidro em um supermercado. Na ocasião, a mulher apenas foi embora, como se nada tivesse acontecido, sem mostrar qualquer ressentimento. Comparando as duas situações, o rapaz refletiu que não se sentiria bem fazendo o mesmo, que isso não era uma atitude digna de sua pessoa. Assim, descobriu um orgulho que nunca tivera pela sua honestidade, pelo seu caráter, entendendo a mensagem que lhe foi mandada.
Por isso, recordou: "Deus escreve certo por linhas tortas".