sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Humanotário

Para que cuspir idéias
Se as certezas se esvaem?
Necessidade humanotária
Ego longo e pavio curto

As palavras reproduzidas
Partem sempre de pressupostos inúteis
As palavras inúteis
Partem sempre de suposições reproduzidas

Nada é criado
Tudo é reproduzido
Tudo sempre existiu
E o nada me possuiu

Tudo parece criado
Pois nunca soubemos nada
Viver é como ler um texto
Só absorvemos o que é pretexto

Folhando e vivendo
Aprendendo e descobrindo
Letra por letra
Descoberta por descoberta



MENDEL, G. M. Humano expresso. Erechim-RS: EdiFAPES, 2007.


"Humanotário" é um poema que eu considerava bastante bom. Hoje passei a achá-lo bem podrinho. Mas vale a postagem pelo seu conteúdo. Basicamente ele fala sobre a inutilidade da reflexão humana, tendo em vista que em verdade não estamos evoluindo, como a maioria pensa.

"Ego longo e pavio curto", esse verso valoriza o todo, pois denuncia a essência do homem, da qual ele nunca fugirá: é um ser orgulhoso e violento. E qualquer um fica tomado por um vazio (um nada) quando se dá em conta de que, no fim das contas, nada vale a pena - a não ser o básico do ser humano, o amor.

Por fim, como os caras da banda Karne Krua colocaram em uma de suas músicas, "o homem tem o poder e pensa que tem a verdade; acha que está correto e, assim, vai pastando."

Até mais!

Nenhum comentário:

Postar um comentário