quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Sobre passagens

Estrelas surgem à noite,
De vez em quando,
Só para provarem
Que a luz pode sim
Transpor a escuridão.

Mas pela manhã
Já não existem mais.
Aí vem o sol,
Para confirmar que a vida
Não é só feita de noites,
De chuvas e de dias nebulosos.


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 30.)


Este poema eu havia feito em homenagem a uma grande amiga que já partiu...

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Imposto de renda

O trabalho me sugou
E não sei como sair de dentro dele.
Já não tenho mais uma vida,
Fiquei restrito a uma carreira.

Sou o tal profissional,
Muito menos o marido,
Muito menos o pai,
Muito menos o dono,
Muito menos o ser humano.

Por isso, sou planejado,
Organizado, cronometrado,
Viciado, milimetrado,
Condicionado, desesperado,
Estressado, medicado...

Sempre na correria!
Mas acho que consigo
guardar um minuto pra mim...


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 29.)


Quando criei "Imposto de renda", eu ainda não havia trabalhado. Então, tudo o que inseri nesse poema foi fruto de impressões que tive. Será que hoje, trabalhando já há algum tempo, mudei esse ponto de vista?

***

É por isso que as pessoas têm tanta necessidade de encontrar um emprego em uma área de seu interesse, uma vez que, no universo capitalista, o trabalho é a prioridade.

***

Eu gosto muito de ser professor. Sinto que faço alguma diferença nesse meio. Pena que a educação não está na moda atualmente... hihihi

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Rotundo

Já não me encontro em meus escritos.
Será que eles já não fazem mais sentido?
Será que já não sou mais quem eu era?

Acredito que sim.
Tudo gira.
Tudo passa.
Tudo muda!

O importante é identificar as causas
De indesejáveis consequências.

Pois tudo gira,
Tudo passa,
Tudo muda...

E o que permanece é a essência.


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 28.)

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

A verdade

Será que esse bicho pensa?
Se não pensa...
Gostaria de ser esse bicho

Que não pensa,
Que não fala,
Que só vive ( ! ),
Sem a angústia da linguagem,
Sem a angústia do EU.

Mas ele late, ele mia
E tem vontades...

E se ele pensa e não pode botar pra fora?
Coitado! Não pode nem escrever poemas...

***

Vai saber...
Ele não pode nos dizer a verdade.


(MENDEL, G. M.. Sobretudo. Erechim-RS: EdiFAPES, 2010. p. 26.)


Em "A verdade", procurei colocar um pouco das minhas reflexões sobre os animais. Sempre fico imaginando o que eles acham do ser humano e o que pensam a respeito deste nosso estilo de vida, no qual criamos nossas próprias jaulas e gaiolas. 

***

As pessoas se acham muito especiais por terem as capacidades de falar e de manejar objetos - os dois fatores que são a nossa bênção e a nossa desgraça simultaneamente, dependendo do ponto de vista (mas não colocarei aqui o que penso do assunto, uma vez que é um argumento longo e filosófico). E, por conta disso, sempre se consideraram extremamente superiores aos animais. Nós somos os evoluídos, dizem.

***

Hoje, durante a minha caminhada diária, alguém atirou de dentro de um ônibus urbano uma garrafa de refrigerante aberta e contendo metade do seu conteúdo. O objeto caiu no meio da rua, sobre o asfalto feito recentemente pela prefeitura. O líquido escorreu, lambuzando o progresso (poético, não?). E, pela trajetória do projétil, calculei que este deveria atingir aqueles que se locomoviam pela calçada, no caso, eu. Até hoje eu nunca soube de um animal irracional que tenha feito algo similar. E duvido que algum o faria se pudesse. (Inclusive publiquei um poema tratando disso no meu novo livro.)



FIM

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

BOAS NOVAS!!!

Acabei de retirar na editora a minha mais nova obra poética! Esse livro, intitulado "Entretanto", é o meu mais curto mas, provavelmente, o melhor. Ele conta com 40 poemas teoricamente adultos e 10 poemas teoricamente infantis. Isso porque qualquer público poderá tirar proveito (ou não) de qualquer um dos textos, já que escrevo pensando no crescimento pessoal dos indivíduos, e não somente de determinados grupos. Espero que todos que tiverem a oportunidade de lê-lo apreciem a leitura.