terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Político honesto (12/06/2013)

Na Terra do Oba-Oba,
Foi eleito um político honesto.
Dona Rosinha
Tentou vender o seu voto –
Mas ele não quis comprá-lo.
Seu Malaquias
Pediu um emprego para o seu filho –
Mas ele não quis empregá-lo.
Dona Filomena
Exigiu tinta para pintar a sua casa –
Mas ele não quis dá-la.

Assim,
Já que só atendera aos interesses
Da população em geral,
Sem satisfazer os pedidos dos indivíduos,
O político honesto
Foi deposto do cargo –
“pois não fazia nada”.

Aborrecido,
Saiu porta afora,
Concluindo:

“Os políticos são
O sintoma do povo.”



(MENDEL, G. M.. Entretanto. Erechim-RS: AllPrint Varella, 2013.)

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Pesadelo (12/06/2013)

Ontem,
Sonhei que nascera em um mundo
Em que animais eram torturados e mortos,
Onde pessoas eram orgulhosas,
Trapaceiras e inescrupulosas,
E faziam o que fosse preciso
Para conseguirem mais e mais dinheiro –
Desde trabalhar 24h por dia
Até botar em risco a vida dos outros.

Ainda bem que isso foi só um sonho...
Se fosse verdade,
Acho que eu já teria me matado.



(MENDEL, G. M.. Entretanto. Erechim-RS: AllPrint Varella, 2013.)

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Inumanos expressos (11/06/2013)

Dizendo não ao romance e ao apego,
Mexendo em feridas expostas
E exterminando-se entre si,
Os zumbis constituem uma nova (des)ordem,
Alimentados pela ganância, pelo poder
E pelo futuro que nem veio,
Fragilizando, derradeiramente, os alicerces
Da sociedade civilizada.



(MENDEL, G. M.. Entretanto. Erechim-RS: AllPrint Varella, 2013.)

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Novas relações hipócritas (12/03/2013)

Todos comentam tudo pela internet
Se não tenho internet, eu não existo
Eu quero viver a vida conectado
E dos problemas ser desconectado
No espelho, não posso ver minha face
Nem ligo, eu sou o melhor no face.



(MENDEL, G. M.. Entretanto. Erechim-RS: AllPrint Varella, 2013.)

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Os carros e a chuva (07/03/2013)

Quando os carros ficam loucos,
Chove em Erechim.
Vai ver, eles são de açúcar –
Ou têm uma vil paranoia.

Mas os carros são movidos por pessoas;
E elas, que, em sua maioria, são azedas,
Não derreteriam dentro de suas limusines.
Então...



(MENDEL, Guilherme Mossini. Entretanto. Erechim-RS: AllPrint Varella, 2013.)