segunda-feira, 1 de junho de 2015

Mais um dia

Estou deitado em minha cama
Esperando o Sol se pôr:
Mais um dia exilado
Remoendo a minha dor.

Sem saber aonde chegar
Resta agora o meu quarto:
Conversando com as paredes
Pode ser que me encontre.

Agora veio a noite...

O estresse toma conta
De todos aqueles que fazem...
E a depressão dedura
Os que não têm o que fazer.

Basta esperar um novo dia
Com costumes e obrigações,
Mesmas crenças e opiniões,
E destaque aos destacáveis.

***

Porém, eu saio a vagar
Para ver somente isto:
Rapazes vazios e garotas-vitrine
Querendo provar sua emancipação.
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Com "Mais um dia" concluo os poemas que resgatei dentre os meus primeiros escritos. Esse texto, na minha opinião, é um dos que mais têm valor em meio à minha precária produção inicial.

Em seguida, começarei a postar os poemas do meu último livro, chamado "Entretanto".

sábado, 16 de maio de 2015

Holocausto Próprio

Um momento iluminado
Esvaiu-se com um grito.
Sumiram os meus traços,
Meu coração foi ao delírio.

Já não tenho mais imagem
Nem tampouco personagem.
Só o que resta é um corpo liso -
Já perdi todo o meu siso.

O horizonte se apagou,
Também a luz no fim do túnel.
Teu semblante me afagou
Pra eu não crer ser um inútil.

sábado, 2 de maio de 2015

Contudo

Teu sorriso hipnotiza,
Apaixona e aprisiona
Todo homem que encontrar
Todo o céu no teu olhar.

Contudo,

Várias vezes pude presenciar
Tua alma sorrindo melosa
Diante de mentes proveitosas -
Agravando a minha solidão.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Fervente

Parada, em movimento,
Em profunda ebulição,
Minha cabeça vai ruindo,
Irá pausar meu coração.

Não entendo as mensagens,
Já que não sei viver.
Assim tenho coragem
Pra lutar sem esquecer.

Entristeço a minha face
Quando a vejo defronte a mim.
Enriqueço a minha mente
Quando sinto que não há fim.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Esboço de Vida

Postarei em sequência os cinco poemas que publiquei em uma antologia de uma entidade cultural erechinense do qual eu participava. Os textos que selecionei para essa miscelânea lançada em 2010 foram resgatados dentre os meus primeiros escritos, do tempo em que eu ainda era um adolescente inexperiente e sonhador. Eles estavam em meio aos poemas que não fizeram parte do primeiro livro e seriam jogados fora. Contudo, em uma última leitura antes de descartá-los, percebi o seu potencial, dei uma reformada nos cinco e os eternizei na referida coletânea de artistas locais.



ESBOÇO DE VIDA

Correndo numa esteira elétrica
Ele quer fugir do que o cerca
Velejando numa rasa banheira
Está à procura de novas fronteiras

Nadando em meio à lama
Afoga-se em si mesmo
Dizendo, enfim, que ama
Quem o gerou a esmo

Feito uma criança perdida
Tentando entender os meios
Trabalha pra pagar a fiança
Que o liberte de seus freios