terça-feira, 21 de junho de 2016

Minúsculas impressões (18/05/2012)

A pobreza tem um cheiro amargo
A miséria tem cheiro de esgoto
A pobreza tem gosto de pão puro
A miséria tem gosto de pão podre
O pobre se sente bem pouco
O miserável se sente um nada
O pobre se acha um miserável
O miserável só procura o que comer



(MENDEL, G. M.. Entretanto. Erechim-RS: AllPrint Varella, 2013.)

domingo, 5 de junho de 2016

À estúpida menininha (25/11/2011)

Menininha do umbigo de ouro,
Onde orbita este mundo criado
Para servir de paisagem
Às suas mais incríveis aventuras,
Os figurantes estão roubando a sua cena
Na melodramática novela da vida.
Então, você não quer mais brincar...

Você,
Que nunca gostou
De se esconder.
Você,
Que adorava passar
Tranca nos outros.
Você,
Que sempre endeusou
Seus singelos brinquedos,
Apenas por serem os seus.
Você,
Que, por fim, machucou
Seus pobres amiguinhos,
Que vinham lhe entregar
Um abraço de despedida.

Pois eles,
Eles são figurantes.
Mas não são burros...
E não suportam a estupidez
De ver somente uma menininha
Querendo todos os brinquedos do mundo,
Só para concretizar a sua eterna infância.



(MENDEL, Guilherme M.. Entretanto. Erechim-RS: AllPrint Varella, 2013.)



Este poema é dedicado a uma colega que conheci em um dos cursos que fiz. Essa pessoa foi muito estúpida comigo e, impulsivamente, escrevi esse texto.