[...]
(pi-pi-pi-pi-pi...)
(...pi-pi-pi-pi-pi...)
{5 minutos depois}
- Tá ouvindo?
- Ouvindo o quê?
- Um alarme! De carro!
- Bah! Dexa eu vê se não é o meu...!
{10 minutos depois}
- E aí?
- Era. Só disparô!
- Menos mal...
- Não tava aberto, nem tava faltando nada...
{Numa outra quadra}
- Bah, cara! Que droga esses vidro escuro!
- É! Ainda bem que a gente foi rápido!
[...]
MENDEL, G. M.. Humano impresso. Erechim-RS: EdiFAPES, 2008.
"Realidade", o último poema da série "Poesia Cotidiana", fala sobre dois rapazes que tentam roubar um automóvel. Sem perceber que o veículo possui alarme - em virtude da escuridão dos vidros do mesmo -, a tentativa de furto é frustrada, uma vez que esse alarme começa a disparar logo que os dois tentam abrir o carro, fazendo com que eles corram para a outra quadra. Enquanto isso, o proprietário do automóvel, ao ouvir um som de alarme semelhante ao do seu veículo, vai até onde este está estacionado, verifica o carro e pensa que o sistema de proteção disparou sozinho.
***
Bem idiotinha o texto, não é mesmo? Isso é mais uma consequência de decisões erradas que tomei na vida. Lamento muito que eu tenha que colher os frutos dessas decisões para o resto da minha existência.